Correio dos Campos

COM ASSESSORIAS – O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) contabilizou, até outubro deste ano, 485 processos de ética. Deste total, 189 estão na Comissão de Ética Profissional (CEP), e os demais seguem em outras instâncias, podendo ou não haver recursos por parte do denunciante ou denunciado. Os números foram apresentados na II Semana de Ética Profissional, realizada em Ponta Grossa, nesta quarta-feira (20), na sede da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa (AEAPG), parceira do evento juntamente com a Associação dos Engenheiros Agrônomos dos Campos Gerais (AEACG).

Na ocasião, o Presidente do Crea-PR, o Engenheiro Civil Ricardo Rocha, falou sobre a importância da conduta profissional honesta e cidadã. “O Crea-PR trabalha também de forma orientativa. O evento teve o propósito de levar o tema para acadêmicos e contribuir com a formação profissional. É preciso se pautar na conduta honesta, digna e trabalhar como agente consciente”, frisa.

Ele considerou positivo o formato do evento realizado em Ponta Grossa, que reuniu, além de profissionais das áreas de Engenharia e Agronomia, acadêmicos e formandos de instituições de ensino como a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Cescage, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Unopar.

Dos processos éticos recebidos neste ano pela CEP, 114 são provenientes da Câmara Especializada de Engenharia Civil (CEEC), o que representa 60% do total; 37 são da Câmara de Agronomia (CEA) e 14, da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica (CEEE). Os demais estão em outras Câmaras.

Conforme coordenador da CEP, o Engenheiro Eletricista André Gomes, a Comissão tem por finalidade a apreciação das infrações ao Código de Ética das profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea. Hoje, em todo o Estado, são 75 mil profissionais atuando nas áreas de Engenharia, Agronomia e Geociências. Somente em 2018, foram mais de 27 mil fiscalizações, com a atuação de 62 fiscais, uma média de duas fiscalizações por dia útil. Em Maringá foram 5 mil fiscalizações, seguida de Curitiba, com 4,2 mil, Londrina (4 mil), Cascavel (3,6 mil), Apucarana (2,8 mil), Guarapuava (2,7 mil), Ponta Grossa (2,3 mil) e Pato Branco (2,1 mil).

“A CEP atende a uma resolução do Confea e é um órgão auxiliar das Câmaras Especializadas, constituída de acordo com o Regimento do Crea. Atualmente conta com 25 membros Conselheiros e equipe operacional de três colaboradores”, explica o coordenador da Comissão. Conforme ele, o processo ético passa por três etapas. A Câmara Especializada é responsável pelo juízo de admissibilidade da denúncia; a Comissão de Ética Profissional instrui o processo e emite relatório fundamentado e, por fim, a Câmara Especializada profere o julgamento e aplica a penalidade no caso de procedência da denúncia. Dentre as penalidades estão a advertência reservada, censura pública, multa, suspensão temporária do exercício profissional e cancelamento do registro.

O gerente regional do Crea-PR em Ponta Grossa, o Engenheiro Agrônomo Vânder Della Coletta Moreno, ressalta que todo processo de ética profissional é tratado de forma reservada pelo Conselho, sem que o denunciado seja exposto aos demais profissionais, com exceção do caso de censura pública. “A II Semana de Ética Profissional foi um evento que permitiu debater mais sobre o tema e a responsabilidade que os futuros profissionais precisam ter perante a sociedade”, comenta.

O Engenheiro Civil Fábio Wilson Dias, membro da Comissão de Ética da AEAPG, explanou sobre o assunto, bem como o Engenheiro Agrônomo Luiz Antonio Scheuer, Diretor de Política Profissional da AEACG. Além de Ponta Grossa, a II Semana de Ética profissional também teve atividades nas outras sete regionais do Crea-PR.