Correio dos Campos

Paranaense que mantém lar com quase 100 idosos se diz realizada no Dia Internacional da Mulher: ‘É a minha missão’

7 de março de 2020 às 09:21
Dona Maria José se dedica diariamente para cuidar de idosos (Foto: Giuliano Gomes/PR Press)

Ela tem 63 anos e atualmente busca cumprir algo que chama de missão. Ajudar e amparar idosos, pessoas sensíveis, que já fizeram muito por alguém e que buscam apenas um mínimo de tranquilidade na atual fase da vida.

Nesse sábado (7), véspera do Dia Internacional da Mulher, a paranaense Maria José da Silva Souza diz se sentir realizada em ter a chance de fazer o bem e de poder cuidar do próximo com tanta disposição.

Ela fundou um lar, com a ajuda da família, de conhecidos e de doações, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Atualmente, o centro de amparo Jesus Maria José cuida de quase 100 idosos que, em sua maioria, foram abandonados pelas famílias.

“Eu não tenho a intenção de ter uma vida diferente disso porque desde quando Deus me deu essa missão, eu vou cumprir enquanto estiver vida. Eu amo muito o que eu faço, eu não consigo ficar fora e não tenho a alegria de ir para uma festa, pra um cinema, ou para uma praia. A minha praia e a minha alegria são aqui no lar”, destacou a dona Maria.

O Lar Jesus Maria José surgiu depois que a família se mudou para São José dos Pinhais, alguns anos depois de voltar ao Paraná. Logo que começou a trabalhar em um lar de pessoas necessitadas da região, acolheu um idoso que não pôde ficar no local por falta de vaga.

“Ah, eu não aguentei ver aquela pessoa naquela situação e trouxe pra casa mesmo. Quando cheguei, contei pro marido que tinha ganho um presente. Quando ele perguntou o que era eu contei que era um idoso. Aí ele parou, me olhou, e disse: “Ah, então faz um cafezinho. Vamos brindar a chegada dele”, lembrou, emocionada.

Com o passar dos anos, as pessoas necessitadas foram chegando. Uma delas chegou a ser abandonada dentro de uma caixa de papelão na frente da casa da família. Como a dona Maria tinha que sair para trabalhar, as filhas, que ainda eram muito novas, ficavam em casa ajudando a cuidar dos idosos.

Quando a família percebeu que a casa estava muito pequena para muita gente, decidiu pedir ajuda. Foi uma doação aqui, outra ali. E tudo foi acontecendo de uma maneira muito rápida.

A dona Maria José foi comprando os terrenos ao lado da casa dela e construindo aos poucos. O marido, que é pedreiro, ajudou muito na construção, segundo ela. Em 1994, o lar foi fundado e documentado oficialmente com 1,3 mil metros quadrados.

São 98 idosos que vivem lá. Todos muito bem acomodados em quartos com até quatro camas, com banho quente, roupa limpa e refeições na hora certa. Se dependesse da dona Maria, teriam muito mais pessoas. “O que me corta o meu coração hoje é que, por conta da burocracia, ter que dizer que não tem como receber alguém. Então, eu sofro muito com isso”.

As filhas e o marido continuam ajudando no lar atualmente. Aliás, segundo a dona Maria, sempre estiveram muito presentes em tudo. O local também tem cerca de 50 profissionais contratados e mais os voluntários.

Fonte: G1