Casal que perdeu dois filhos por doença genética busca doador de medula para salvar caçula
Um casal da cidade de Jaguarão, no Rio Grande do Sul, enfrenta há dez anos uma história de luta e sobrevivência. Após perderem dois filhos por uma doença genética, Vanessa da Silva Becker Cunha e Valderes da Silva Cunha buscam doadores de medula para salvar a caçula, Madalena.
A primeira filha do casal, Manu, morreu no Dia das Crianças, em 2010, com apenas 3 anos de idade. Eles ainda não sabiam que o motivo era a doença genética.
“A gente ficou com diagnóstico de uma imunodeficiência, uma coisa que poderia acontecer um caso em muitos e que não teria porque acontecer com a gente de novo”, diz Vanessa.
Depois de sete anos, o casal reuniu forças e decidiu ter mais um filho. Foi então que nasceu o Miguel, em 2018. “Ele nasceu perfeito. Tudo maravilhoso”, conta Vanessa. “Quando ele tinha seis meses a gente resolver fazer um check-up de exames, e em seguida eu já engravidei da Madalena”, completa.
Foi em 2019 que surgiram as preocupações com Miguel, que começou a apresentar problemas de saúde. “Foi um pesadelo, pois eu já estava para ganhar a Madalena, com quase 38 semanas de gestação. Tivemos que ir para Porto Alegre porque o Miguel adoeceu de novo. Então o médico começou a suspeitar que fosse uma doença genética”, diz Vanessa.
O pai Valderes foi chamado pelos médicos. “Eles me chamaram e disseram que o Miguelzinho não tinha mais volta. Que ele teve morte cerebral e estava sobrevivendo por maquinário”, conta.
Mas o casal tinha uma missão, porque a terceira filha Madalena acabava de nascer. Recentemente, os médicos descobriram o verdadeiro diagnóstico comum aos três, da Manu, do Miguel e agora da Madalena.
“Ele nos explicou que é uma doença genética. Que, no caso, eu e meu marido, juntos, acontece isso. Eu perguntei se os três era a mesma coisa e ele me disse que sim”, conta Vanessa.
O tratamento para a doença genética, segundo o casal, é o transplante de medula. Por isso, agora tudo que eles querem e precisam é encontrar uma medula óssea compatível para Madalena.
Com uma campanha iniciada pelo casal, o Hemocentro de Pelotas irá até Jaguarão para fazer a coleta do material de interessados. A lista de cadastro já conta com 100 pessoas querendo doar.
A coordenadora de enfermagem da Santa Casa de Jaguarão, Franciele Gonçalves, explica que quem fizer a coleta tem a possibilidade de entrar em um cadastro nacional de medula óssea. “Eles vão ajudar não só a Madalena, mas podemos achar compatibilidade com outras pessoas”, diz.
“A gente vai achar essa medula 100% compatível. Ela vai passar pelo transplante e vida normal pra ela e pra nós também”, desabafa Vanessa.
Fonte: G1