Correio dos Campos

Massacre: mulher grávida e cinco filhos são mortos em suposta seita religiosa

Autoridades conseguiram resgatar 15 pessoas feridas que foram sequestradas
17 de janeiro de 2020 às 10:47
(FOTO: MINISTÉRIO PÚBLICO DE PANAMÁ)

Uma mulher grávida e seus cinco filhos foram mortos por uma suposta seita religiosa em uma área indígena de difícil acesso na província de Ngöbe-Buglé, no Panamá, na última quarta-feira (8), mas as informações sobre o massacre da família foram divulgadas pelas autoridades do país apenas nesta quinta-feira (16).

Mulher e filhos são mortos em seita e em seguida enterrados em uma fossa

De acordo com as autoridades locais, os filhos da vítima tinham entre um e onze anos. Além deles, uma jovem de 17 anos também foi morta durante a seita religiosa.

Logo depois de serem assassinados, todas as vítimas foram enterradas em uma fossa.

No local, as autoridades encontraram os sete cadáveres, e conseguiram resgatar 15 pessoas feridas que foram sequestradas pelos membros da seita. A princípio, a suspeita é de que a morte das vítimas tenha sido uma espécie de exorcismo.

“O Ministério Público confirma a localização de uma fossa com sete cadáveres, correspondentes a seis menores de idade, de um, três, nove, nove, 11 e 17 anos. Além de uma mulher adulta que estava grávida de aproximadamente quatro a seis meses, mãe de cinco dos menores”, divulgou órgão.

Dez pastores suspeitos de participar da seita foram presos

Dez pastores suspeitos de participar da seita A Nova Luz de Deus foram presos pelas forças especiais da Polícia Nacional, e transferidos na quarta-feira da aldeia indígena Alto Terrón para a cidade de Santiago de Veraguas.

O Ministério Público afirmou nesta quinta-feira que “todos os supostos autores do fato foram apreendidos e serão levados ao Tribunal de Garantias em Bocas del Toro entre amanhã (sexta-feira) e sábado”.

“A INTERVENÇÃO das Forças Especiais evitou que outras 15 pessoas fossem assassinadas. Elas foram resgatadas e enviadas a hospitais”, informaram as autoridades.

Conforme Rafael Baloyes, procurador-chefe de Bocas del Toro, os corpos encontrados mostram sinais de tortura, e entre os detidos está o avô dos cinco menores mortos.

“Todos os perpetradores são indígenas, e um deles é o avô das crianças, ou seja, eles se conheciam, faziam parte da mesma comunidade“, disse o procurador em vídeo transmitido pelo Ministério Público.

Além disso, uma vizinha de 17 anos também foi assassinada.

Rituais violentos e acusações

De acordo com moradores locais, os rituais se tornaram violentos no sábado passado, quando um dos pastores disse que tinha recebido uma mensagem divina.

“Na igreja improvisada foram localizados um bode morto e facões. Estava acontecendo um ritual para tirar as vidas deles caso não se arrependessem de seus pecados”, disse o procurador.

A princípio, segundo o procurador, não há provas da existência de outra fossa ou pessoas que se identifiquem como membros da seita em outras regiões.

Por fim, Beloyes espera acusar os suspeitos de assassinato, privação de liberdade e possivelmente abuso sexual, caso comprovado pela necrópsia, já que as vítimas femininas estavam nuas.

Fonte: RicMais