Correio dos Campos

Projetos mudam o conceito da alimentação escolar

30 de novembro de 2017 às 12:15

IMPRENSA/Castro – A alimentação escolar em Castro é levada a sério. Projetos da Superintendência de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal de Educação levam mais saúde para as crianças da rede municipal de ensino. O trabalho desenvolvido busca orientar para uma alimentação saudável, despertar o gosto pelos alimentos naturais, aliar conhecimento e cultura sobre a comida, sem esquecer questões como boas práticas de alimentação e formação das merendeiras.

Com o objetivo de estimular as crianças para o autocuidado com a alimentação, o projeto “Comida que Cuida”, que este ano trabalhou “Comida é Patrimônio”, é desenvolvido para crianças do pré II e terceiro ano por meio de oficinas que abordaram os temas “Vamos Comer! Para quê? Quanto? Do quê?; “Comida de Verdade” e “Caminho dos Alimentos: no corpo e na memória”.

O encerramento do projeto aconteceu em outubro, durante a Semana Mundial de Alimentação Saudável, com a participação das escolas e muitas brincadeiras reforçando a importância de se alimentar bem, de forma saudável e fazer atividades físicas, além de apresentação dos trabalhos desenvolvidos nas escolas.

Para traçar um perfil nutricional dos alunos, o projeto “Bem Crescer” contou com apoio dos professores de Educação Física que coletaram dados de altura e peso das crianças com idade entre três e dez anos. A partir da análise das informações que apontou para 28% dos alunos acima do peso, as nutricionistas traçaram ações para combater o excesso de peso e também a magreza. Para o próximo ano, esses resultados vão nortear as ações do projeto.

Comida também é cultura, e o “Coma Aprendendo” levou conhecimento interdisciplinar aos alunos sobre alguns alimentos que não são comuns no dia a dia da merenda escolar. Depois de aprenderem sobre a origem de alimentos como hambúrguer, pizza, feijão mexicano e feijoada, entre outros, a comida foi servida às crianças, oportunizando a descoberta de novos sabores. Em 2018 serão apresentadas comidas italiana, chinesa e de festa junina.

Socializar o ato de comer e ter boas maneiras à mesa é o viés do projeto “Alimentando a Educação” que promoveu mudança de comportamento na hora da refeição na escola, substituindo pratos de plástico por outros de vidro, incluindo o garfo e a faca no manuseio dos alimentos e viabilizando que as crianças se sirvam sozinhas. Com essas mudanças, elas podem escolher o que querem por no prato, são incentivadas a consumir alimentos saudáveis e a não desperdiçar comida.

“Feito para Você” atende àqueles alunos que precisam de alimentação especial por motivos de saúde. É feito um protocolo de atendimento e as escolas recebem todos os alimentos necessários para adaptar o cardápio. A escola também recebe verba extra e a equipe escolar é orientada para a inclusão desses alunos. A ideia é manter o padrão do cardápio adequando o alimento para estas crianças.

Formação – “A Conversa Chegou na Cozinha” leva informações sobre segurança, boas práticas de alimentação e qualidade de vida para as merendeiras com o objetivo de melhorar a formação das profissionais e estreitar o vínculo com a escola. Mensalmente, elas recebem textos que são trabalhados pelas diretoras abordando temas sobre bem-estar, motivação, estresse e relacionamento interpessoal, entre outros.

A secretaria faz avaliação das cozinhas e reconhece as merendeiras que ao longo do ano realizam adequadamente as boas práticas de alimentação e cumprem as normas. Nesse projeto, “Cozinhas que Brilham”, são emitidos certificados nas categorias ouro, prata e bronze para quem alcançou índices acima de 90% das exigências em um checklist que contém 38 itens.

Avaliação – A superintendente de Alimentação Escolar da secretaria, Lia Giordani Calleya, juntamente com a equipe técnica formada pelas nutricionistas, Jacqueline Maria de Lara e Juliane do Amaral Vieira, avalia que os projetos somaram para a qualidade da alimentação oferecida nas escolas. Ela destaca que o conceito de apenas oferecer a comida foi ampliado para a formação de uma rede interdisciplinar de alimentação, envolvendo toda a equipe escolar. “Os projetos permitiram uma atenção especial para o conceito geral de alimentação, que deixou de ser assistencial e passou a ser ferramenta para a educação. Instigamos a curiosidade, melhoramos a adesão ao cardápio, incentivamos a alimentação saudável, levamos conhecimento, capacitação profissional e melhoramos a aplicação da lei. Hoje temos uma alimentação humanizada, que socializa e inclui”, finalizou.