Correio dos Campos

No Brasil, apenas 12% dos pacientes com asma tem a doença sob controle

Sociedade Brasileira de Pneumologia revela ainda que mais da metade dos brasileiros com asma estão com a doença fora de controle
26 de abril de 2024 às 10:48
(Foto: Reprodução)

COM ASSESSORIAS – Dados do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pneumologia revelam que o quadro de pacientes com asma no Brasil não vai bem. Com um aumento de 4,2% no número de atendimentos de pacientes com sintomas da doença nos últimos anos, segundo o Ministério da Saúde, e com 51,3% dos pacientes com a doença fora de controle, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia, a chegada do inverno é um fator de preocupação para as autoridades de saúde em todo país.

Dados do Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (Sisab) apontam que a maioria dos pacientes com asma no país, que passaram pelo atendimento nas unidades Básicas de Saúde, eram mulheres, 42,3% dos diagnosticados. Já os homens representam 57,3% dos diagnósticos contabilizados.

Quadro grave

Com mais da metade dos pacientes com a doença fora de controle, a Sociedade Brasileira de Pneumologia aponta, com números oficiais, para os riscos que o paciente corre ao não tratar da doença. Um levantamento feito pela entidade junto ao DATASUS, sistema de acesso à informação do Sistema Único de Saúde, apontou que em 2022, 524 pacientes com asma morreram em decorrência do não tratamento da doença. Outros 83 mil precisaram de internação em decorrência dos sintomas agudos da asma.

De acordo com a médica pneumologista do Pilar Hospital, Glaucia Maria Barbieri, ao não manter a asma sob controle, o paciente corre o risco, por exemplo, de desenvolver um quadro de insuficiência respiratória aguda. “Muitas vezes o paciente precisa ser internamento em uma UTI, necessita do uso de ventilação mecânica e corre risco de morte. Então não controlar a asma adequadamente, é gravíssimo”, explicou a médica.

Ainda segundo a médica, o mais importante para o controle da doença é o tratamento adequado, a manutenção com o uso de medicação inalatória, a base dos corticosteróides inalatórios com ou sem broncodilatadores de longa ação. “Isso vai depender da gravidade da doença. Hoje a gente controla a doença adequadamente com o uso de medicação diária por via inalatória, que são as populares bombinhas e que são seguras, não trazem nenhum risco. Com nenhuma dependência para o paciente”, orientou.

A especialista orienta ainda sobre a higienização correta dos ambientes para prevenir crises graves e manter a doença sob controle. “Ter o ambiente sempre limpo, livre de poeira, de bolor, de umidade, na medida do possível é recomendável. Importante lembrar que odores fortes fazem mal, então deve sempre haver um cuidado ao manipular produtos de limpeza, perfumes”, resumiu a médica.

Baixas temperaturas aumentam o risco

Com a chegada do inverno, os cuidados devem ser redobrados entre os asmáticos. Com as baixas temperaturas dos próximos meses, os pacientes com asma precisam redobrar os cuidados. “Manter um tratamento regular, sempre indicado pelo médico, não fazer automedicação, evitar se expor a mudanças bruscas de temperatura, mesmo no inverno procurar manter sempre uma ingestão hídrica adequada. Seguir o calendário anual de vacinação contra a influenza, contra a COVID-19 corretamente, para evitar doenças infecciosas, que são muito comuns, muito prevalecentes agora nessa época do ano é importante também. Agora, além disso tudo, o fundamental é manter o tratamento da asma em dia, isso é fundamental”, concluiu a médica.