Correio dos Campos

Fevereiro é o mês da mobilização nacional da luta contra a hanseníase

8 de fevereiro de 2018 às 14:50

IMPRENSA/Telêmaco Borba – A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Telêmaco Borba alerta para dados divulgados da Secretaria de Vigilância em Saúde que analisou os dados da situação epidemiológica da hanseníase no Brasil, de 2012-2016 e conclui que a hanseníase é um problema de saúde pública relevante no Brasil.

Alerta para as altas taxas de detecção da doença na população masculina, que se apresenta crescente com o aumento da faixa etária. Comportamento semelhante observa-se na taxa de detecção do grau 2 de incapacidade física, importante sinalizador do diagnóstico tardio.

A caracterização da doença por sexo permite indicar diferenças de acesso em termos da capacidade de alcance do programa e da capacidade da população em utilizar os serviços de saúde. Além disso, é possível identificar variações na carga de hanseníase entre os grupos populacionais e também discutir se estão ligadas a processos socioeconômicos, como a diferença de acesso e oportunidades.

Nessa perspectiva o panorama da hanseníase entre os sexos no Brasil e discutir os desafios para a implementação de estratégias de controle da endemia nesses grupos populacionais.

Neste mês de fevereiro ocorre a mobilização nacional da Campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase 2018 – 31 de janeiro. Em Telêmaco Borba, a campanha e atividades extras de orientação serão realizadas no mês de maio.

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE HANSENÍASE

O que é hanseníase?

A hanseníase é uma doença causada pelo Mycobacterium leprae, que é um bacilo. Ele foi descoberto em 1873 pelo médico Amaneur Hansen, na Noruega, um país da Europa que já controlou a hanseníase. Em homenagem ao seu descobridor, o bacilo é também chamado de Bacilo de Hansen.

A Hanseníase:

É uma doença contagiosa, que passa de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para outra.

Demora de 2 a 5 anos, em geral, para aparecerem os primeiros sintomas.

Apresenta sinais e sintomas dermatológicos e neurológicos que facilitam o diagnóstico.

Pode atingir crianças, adultos e idosos de todas as classes sociais, desde que tenham um contato intenso e

prolongado com o bacilo. Instala-se principalmente nos nervos e na pele.

Pode causar incapacidades/deformidades, quando não tratada ou tratada tardiamente. TEM CURA. O tratamento é um direito de todo cidadão e está disponível gratuitamente pelo SUS.

Como se pega a hanseníase?

Uma pessoa pega a doença pela respiração, por meio das gotas eliminadas no ar pela tosse pela fala e pelo espirro de uma pessoa com hanseníase (da forma contagiosa), sem tratamento através de convívio direto e prolongado.

O bacilo penetra através das vias respiratórias, percorre o organismo e se instala, preferencialmente, nos nervos periféricos e na pele. O bacilo tem uma reprodução lenta.

O contato direto e prolongado com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumenta a chance de a pessoa se infectar com o bacilo.

A maioria das pessoas que recebe o bacilo não adoece. Entre as que adoecem, muitas desenvolvem manchas e apresentam poucos bacilos (forma paucibacilar da doença – PB). Outras desenvolvem formas mais graves da doença, apresentando vários tipos de lesões com muitos bacilos na pele, nos nervos e em outros órgãos do corpo (forma multibacilar da doença – MB).

Os doentes (da forma contagiosa) param de transmitir a hanseníase, logo que começam o tratamento.
Somente a pessoa doente (da forma contagiosa) que ainda não iniciou o tratamento transmite a hanseníase.

Não se pega hanseníase bebendo no copo ou utilizando o mesmo talher da pessoa com a doença.
A maioria das pessoas tem resistência natural contra o bacilo e não adoecem.

Quando suspeitar de hanseníase?

Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são manchas e áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e ao frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.

Caso você tenha um ou mais sinais e sintomas listados abaixo, procure uma Unidade de Saúde mais próxima.

Sinais e Sintomas

Uma ou mais manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo.

Área de pele seca e com falta de suor.

Área da pele com queda de pelos, inclusive nas sobrancelhas.

Úlceras de pernas e pés.

Caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (não sente ao tocar).

Área da pele com parestesias (sensação de formigamento) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato.A pessoa se queima ou se machuca sem perceber.

Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços, das pernas e dos pés, inchaço de mãos e pés.

Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos, a exemplo de pessoas que não conseguem mais segurar uma panela, uma sombrinha, um jovem que não consegue chutar uma bola, uma criança que não consegue empinar uma pipa, por exemplo.

Como é feito o diagnóstico da hanseníase?

Através do exame clínico dermato-neurológico, ou seja, exame de pele e palpação dos nervos. Às vezes é necessário realizar um exame chamado de baciloscopia de linfa para determinar o tipo de tratamento a ser adotado.

Como é feito o tratamento da hanseníase?

O tratamento da hanseníase é feito com medicamento oral, a PQT (poliquimioterapia) com dose mensal na unidade de saúde (dose supervisionada) e as demais doses auto-administradas (pelo paciente em sua moradia) e, ao mesmo tempo, cuidados com os olhos, mãos e pés, para prevenção de incapacidades.

A PQT tem apresentação em cartelas, com cápsulas para uso oral e o medicamento é fornecido pela unidade de saúde gratuitamente.