Correio dos Campos

Idosa resgatada de maus-tratos após agente de saúde descobrir situação em PG está hospitalizada e não ficará mais com a família

Informação é da Fundação de Assistência Social de Ponta Grossa (FASPG), que afirma que idosa será encaminhada para acolhimento. Sobrinha dela, que se apresentou como responsável por cuidar da mulher, foi presa em flagrante e liberada no dia seguinte. g1 tenta identificar defesa dela.
1 de setembro de 2025 às 18:24
(Foto: PC-PR)

A idosa que foi resgatada de uma situação de maus-tratos na quinta-feira (28) em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, permanece internada nesta segunda-feira (1º) e não deve ficar mais com a própria família, segundo a Fundação de Assistência Social da cidade (FASPG).

Ao g1, o órgão municipal disse que a idosa será encaminhada para acolhimento após receber alta do hospital. O Hospital Universitário Regional da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG) informou que ela está no pronto atendimento de observação, em estado estável.

A situação de maus-tratos foi descoberta após uma agente de saúde perceber que a idosa parou de comparecer a consultas, ir até a casa dela, acompanhada de uma médica da unidade de saúde, e acionar a Guarda Civil Municipal ao ver a situação. De acordo com as profissionais de saúde, a idosa fazia acompanhamento psiquiátrico. Saiba mais abaixo.

Segundo a GCM, ela morava sozinha e vivia em meio a sujeira e móveis quebrados, sem comida ou higiene adequadas.

A corporação afirma que, enquanto a equipe estava no local, a sobrinha da idosa foi até lá e se apresentou como a responsável pelos cuidados da tia. Ela foi presa em flagrante, e recebeu liberdade provisória no dia seguinte. Saiba mais abaixo.

O delegado Wesley Vinicius, responsável pela autuação da sobrinha, disse que ela contou que a mãe dela, que é irmã da vítima, era quem cuidava da idosa. No entanto, ela tem mais de 70 anos e está com a saúde debilitada – e, por isso, foi a sobrinha quem assumiu os cuidados.

“Segundo ela, estava indo todos os dias na casa da senhora, mas os vizinhos relataram à GCM que ela ia no máximo dois dias por semana. […] A idosa estava em situação de abandono”, relata o delegado.

A GCM verificou no local que, para se alimentar, a idosa estava recebendo doações de uma vizinha que percebeu o abandono.

Os nomes das envolvidas não foram revelados, e o g1 tenta identificar a defesa da sobrinha da vítima.

Situação de maus-tratos foi descoberta por agente de saúde

A agente de saúde que acionou a Guarda Civil Municipal disse que a idosa de 64 anos estava desde dezembro de 2024 sem ir à unidade de saúde, onde fazia tratamento psiquiátrico e pegava medicamentos.

Por isso, ela resolveu ir até a residência da mulher, que fica no Bairro Colônia Dona Luiza, acompanhada de uma médica da unidade de saúde.

“Elas se depararam com a idosa em situação de total abandono e vulnerabilidade, sem apoio familiar e em condições de higiene e alimentação precárias”, relata a GCM.

A Guarda Municipal afirma que, devido “às condições insalubres em que se encontrava a idosa”, foi solicitado apoio ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que a levou até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para avaliação médica.

Posteriormente, ela foi levada ao hospital.

Sobrinha foi presa em flagrante

A sobrinha da idosa, que se apresentou como responsável pelos cuidados dela, foi encaminhada à delegacia após a vizinha da idosa contradizê-la aos guardas.

“Ela relatou que é responsável pelos cuidados com a tia e que vai todos os dias até a sua residência para medicá-la e levar alimentação. Já em conversa com uma vizinha da vítima, ela relatou que, na verdade, a sobrinha não vai diariamente até a casa de sua tia, indo no máximo duas vezes por semana, e que, de forma voluntária, fornece alimentação para a senhora e que nunca recebeu ajuda financeira para isso”, aponta a GCM.

A sobrinha foi detida na quinta-feira (28) e foi liberada na sexta-feira (29), em audiência de custódia, para responder ao processo em liberdade.

Ela está sendo investigada por expor a integridade de pessoa idosa a perigo ou a condição degradante. O crime está previsto no Estatuto do Idoso.

Segundo o delegado Romeu Ferreira, responsável pelo inquérito, os próximos passos são solicitar o prontuário médico da idosa e identificar eventuais prejuízos à saúde que ela tenha sofrido, ou algum outro crime que possa ter sofrido.

Fonte: g1