Diocesanos dão graças pelo bispado de Dom Sergio
COM ASSESSORIAS – Uma missa em ação de graças pelos 21 anos de pastoreio de Dom Sergio Arthur Braschi levou muita gente à Catedral Sant’Ana, na manhã de sábado (3). Entre as dezenas de padres, diáconos, religiosos, religiosas, agentes de pastorais, de movimentos, associações católicas e representantes de novas comunidades e de institutos seculares, muita gente do povo, vinda de diversas paróquias, muitos vestidos com a camiseta de suas comunidades. “Um querido. Vai fazer muita falta!”, dizia uma participante emocionada, ao final da celebração. “Chorei algumas vezes já. Muito obrigada por tudo”, confidenciou.
“Revestimos essa celebração festiva com sentimentos alegres e de gratidão a Deus por prover pastores a sua Igreja. Elevemos nossa ação de graças pelo pastoreio de Dom Sergio que, há 21 anos, apascenta nosso povo e transmite essa missão a outro enviado de Deus”, destacou a paroquiana Flávia Carla Nascimento no comentário inicial. Em sua simplicidade e proximidade peculiares, Dom Sergio felicitou a todos os colegas sacerdotes pela passagem do Dia do Padre, festejado no primeiro domingo de agosto, mês das vocações. Também fez questão de agradecer a “lauta” cesta de café da manhã que recebeu da Comissão dos Diáconos Permanentes.
Em sua homilia, o administrador apostólico refletiu a partir de dois grandes pensamentos: ‘permanecei em mim’ e ‘ação de graças’. “Jesus se compara à videira e nós somos os ramos. E, continuando, no versículo 9, ‘permanecei no meu amor como eu permaneço no amor do Pai’. Permanecei em mim, amai-vos uns aos outros. A ação de graças foi o sentido pensado para essa celebração que hoje reúne aqui na Catedral uma porção grande e representativa da nossa Igreja Diocesana. E estamos no mês vocacional. Neste primeiro final de semana, (lembramos) a vocação do ministério ordenado”, comentou, citando o final do relatório da primeira parte do Sínodo – elaborado em outubro passado – que estabelece a importância do primado de Pedro, a colegialidade episcopal e a sinodalidade.
O primeiro nível de serviço na Igreja, na pessoa do sucessor de Pedro, o Papa é a origem de todos os outros serviços. E uma missão de serviço que não é fácil. “Cristo age na pessoa do Papa. Como cheguei aqui há 21 anos? Foi porque o Papa me nomeou, naquele julho, dia de Nossa Senhora do Carmo”, recordou Dom Sergio, que enumerou os seus vários encontros com o Papa Francisco e com os pontífices anteriores, mostrando, inclusive, fotografias.
“Cristo, Bom Pastor, através do ministério petrino escolhe. Somos bispos para alguém, para o povo. É o Papa quem nomeia e aceita a renúncia. Quis a providência divina que, hoje, dia 3, eu complete 75 anos e oito meses de vida e que enviei a carta com a minha renúncia ao Papa. Foi a carta mais curta que escrevi na vida. Tinha três ou quatro frases. Mas, disse tudo o que era necessário: falei que no dia 3 de dezembro estaria completando 75 anos de vida, que no dia 18 de abril de 1998 fui chamado ao episcopado, como bispo auxiliar de Curitiba, que no dia 16 de julho de 2003 fui transferido para Ponta Grossa, e, agradeci a confiança em mim depositada”, detalhou o bispo.
Ao enumerar os diferentes modos de servir à Igreja, depois de batizados, Dom Sergio enalteceu a vocação dos chamados ao presbitério, ao diaconato, a ação dos consagrados e dos leigos. “Nessa ação de graças, eu agradeço em primeiro lugar. E agradecem vocês também os 21 anos de meu pastoreio. Agradecemos todos porque é isso que significa ‘eucaristia’: agradecimento. Junto com a gratidão de vocês, vem a minha a todos e a cada um. Em especial aos padres, todos, e aos que aceitaram os serviços especiais por vários anos: o vigário geral, os coordenadores, os reitores, com quem tive uma relação estreita, mas também os religiosos, os institutos seculares, as novas comunidades…Deus abençoe as vocações da nossa Igreja”, enfatizou Dom Sergio.
Homenagens
No final da celebração, algumas pessoas falaram em nome dos diferentes setores da vida diocesana. Padre Joel Nalepa, coordenador da Ação Evangelizadora, frisou a gratidão sentida pelos 21 anos que Dom Sergio conduziu a Diocese como bispo, pastor e pai. O presidente da Comissão dos Diáconos Permanentes, diácono Agostinho Basso, agradeceu o incentivo ao diaconato. “Para nós é impossível contar a nossa história sem citar o seu nome e a valiosa contribuição que o senhor deu ao diaconato permanente. Quando o senhor chegou, tínhamos menos de 20 diáconos e hoje somos 123. Só pela imposição de suas mãos e oração consagratória ordenou mais de cem”, afirmou.
Irmã Edites Bet, diretora do Colégio Sagrada Família e por muitos anos coordenadora diocesana da Pastoral de Animação Bíblico-Catequética, enalteceu o “nobre e belo trabalho realizado paulatina e incansavelmente como pastor, orientador, condutor da espiritualidade e da fé junto a essa grandiosa e significativa porção do Povo de Deus. O senhor com certeza vivenciou alegrias, decepções, tristezas, conquistas, frustrações…Cada iniciativa se deu no tempo de Deus, tudo para honra e glória e louvor do Senhor, nosso Pai. Assim, aconteceram seus dias, seus meses, seus anos. Tendo sempre presente o seu jeito agradável, leal, sábio e verdadeiro de coordenar e realizar suas ações pastorais necessário se faz buscar a palavra mais coloquial e justa para este momento: gratidão sincera e louvor a Deus pela sua vida”, enfatizou.
Representando o laicato, Rafael Serrato, integrante do Conselho Fiscal da Caritas Diocesana, citou os “21 anos de dedicação, amor e profetismo para com a Diocese de Ponta Grossa. Como leigos, queremos te agradecer porque chegaste um dia, nos falastes de um reino de amor, justiça e nos inflamou com a palavra de Bom Pastor, que se preocupa com suas ovelhas e, principalmente, porque nos trouxe vida, doçura e esperança”, comentou.
Dom Sergio recebeu vários presentes e agradeceu a generosidade dos comentários, pedindo perdão pelos erros e esquecimentos cometidos. “Não esperava nada neste sentido e nem a presença tão significativa do povo, padres, diáconos. Continuem lembrando de mim em suas orações”, pediu. Foram entregues dezenas de cartas escritas pelos diocesanos, crianças, jovens…onde cada um pode externar o seu sentimento em relação ao bispo.
Agradecimento a Dom Sergio
“Dom Sergio, hoje, diante de tudo o que gostaríamos de dizer, ‘gratidão’ é o que toma conta de todos nós. Somos imensamente gratos pelos 21 anos que o senhor está nos conduzindo como bispo, como pastor e pai. Nesse tempo o senhor nos ensinou muito e nos mostrou como caminharmos com alegria no seguimento de Jesus, o Bom Pastor, o Missionário do Pai. Aprendemos que a Igreja deve ser missionária e misericordiosa, casa de oração e escola dos discípulos e discípulas de Jesus.
Sua presença nas paróquias, especialmente por ocasião das visitas pastorais foram muito marcantes com atitudes de pai e irmão, demonstrando doçura, alegria e entusiasmo, visitando e acolhendo todas as realidades das nossas Paróquias, bem como a presença nas escolas, asilos e outros espaços e organizações das cidades da Diocese. Seu dom e carisma pela música evangeliza e cativa todos, especialmente as crianças.
Admiramos e agradecemos sua dedicação e empenho na celebração de todas as crismas em nossas paróquias e sempre com a mesma disponibilidade, e sendo na primeira ou na última celebração do dia, com poucos ou muitos crismandos. Nesses momentos sempre foi edificante seus gestos de apoio à catequese.
A maneira respeitosa e paterna com os padres, dando autonomia aos párocos e vigários, bem como a todo clero com atitudes de confiança e respeito nos diferentes serviços. Admiráveis os seus gestos de compreensão e reconhecimento pela dedicação dos padres de mais idade, apoio e incentivo para com aqueles que estão no início do ministério, bem como com os seminaristas que estão nos seminários e com as vocações.
Sua capacidade de acreditar na possibilidade de sermos melhores mesmo diante dos nossos limites e fracassos, demonstrando sempre paciência e serenidade diante de situações complexas. Paternal apoio e incentivo ao diaconato permanente como valorização de um serviço eclesial, essencial e tão necessário como braço da Igreja que pratica a caridade nos dias de hoje.
Solicitude paterna com a vida Consagrada e Religiosa dando apoio às Congregações já tradicionais presentes na Diocese e abertura para aos novos carismas ou novas comunidades que surgem como expressão do sopro do Espírito. Apoio e sustento aos leigos que atuam nos diversos organismos e serviços da Diocese e da sociedade. Carinho paterno para com os jovens, adolescentes e crianças. Sua capacidade de atender, sem pressa, as pessoas que o procuram nos ensinou muito.
Especial agradecimento pela confiança na coordenação diocesana da Ação Evangelizadora, sobretudo na escuta, orientações e partilha das experiências. Acompanhamento na realização das Assembleias Diocesanas ao longo desse período e incentivo, apoio e acompanhamento para a concretização das decisões tomadas.
Obrigado pela atenção e dedicação no tempo da escuta sinodal e por nos ajudar a compreender que o processo, o ‘caminhar juntos’ é mais importante do que o resultado final.
Cativa-nos o ensinamento e testemunho missionário. Suas palavras refletem suas atitudes como Igreja em saída. A Igreja é missão, é da natureza da Igreja ser missionária e seu falar e agir confirmam justamente isso.
Um agradecimento especial pelos ensinamentos sobre os meios de comunicação, pela sua dedicação, respeito e atenção, especialmente com a Rádio Sant’Ana.
Agradecemos também seu testemunho de comunhão e abertura ao ecumenismo.
Admiramos sua resiliência nas adversidades, doença, pandemia e outros momentos desafiadores.
A forma serena nesse período de expectativa e preparação para a chegada do novo bispo diocesano também tem sido edificante para todos nós.
A partir do dia 10/08, próximo sábado, o senhor iniciará uma nova etapa na sua vida. Mesmo não tendo a responsabilidade direta pela nossa Diocese, agradecemos o seu gesto de delicadeza tendo decidido permanecer aqui conosco, nesta cidade da qual o senhor é cidadão. Queremos contar com sua sabedoria, presença e orações” (Padre Joel Nalepa).
“Querido Dom Sergio, 21 anos de dedicação, amor e profetismo para com a Diocese de Ponta Grossa. Como leigos queremos te agradecer porque chegaste um dia, nos falastes de um reino de amor, justiça e nos inflamou com a palavra de Bom Pastor que se preocupa com suas ovelhas e, principalmente, porque nos trouxe vida, doçura e esperança.
Muito obrigado pelas muitas vezes que mesmo cansado das atividades do dia, não se furtou de pegar um violão e presentear-nos com belíssimas canções.
Muito obrigado pelo exemplo de força, vida e esperança que nos deixa, pois quantas vezes saiu do hospital onde fazia teu tratamento para ir até alguma comunidade para presidir a Missa e administrar o Sacramento do Crisma.
Muito obrigado por dedicar o teu tempo através do programa na Rádio Sant’Ana, ‘Um novo Céu, Uma Nova Terra’, aos domingos às 11h30, para nos orientar quanto aos documentos da Igreja.
Muito obrigado por ser um Pastor de coragem e exemplo que enfrentou diversos desafios no sentido de defesa da vida, do direito à moradia e do meio ambiente, cito apenas 3 como exemplo Escarpa Devoniana, Assentamento Emiliano Zapata e Assentamento Maria Rosa de Castro. Obrigado por este maravilhoso exemplo de luta social.
Muito obrigado pelo amor que tens para com Maria Mãe da Divina Graça, padroeira de Nossa Diocese e por nos ter ensinado também a amá-la, quando muitas vezes, entoou a maravilhosa canção que compôs: Maria Jardim do Senhor. Parafraseando o refrão desta canção dizemos: Dom Sérgio, o amor te escolheu, para ser sustento e Pai de todos nós.
Em nome dos leigos, desejo que a Mãe da Graça Divina, nossa padroeira, te proteja e te dê forças para que continue levando a todos, teus gestos de simplicidade, amor, coragem, dedicação e comprometimento através de tuas ações, palavras e canções” (Rafael Serrato).