Correio dos Campos

Palhaço Picolé leva espetáculo a pessoas com necessidades especiais

Projeto apoiado pelo Instituto CCR de Projetos Culturais irá circular o estado com 20 apresentações
14 de fevereiro de 2020 às 17:13
(Divulgação/PMPG)

Luana Caroline Nascimento/Ponta Grossa – Encerra hoje a primeira etapa da turnê do espetáculo “O mundo especial de Picolé” em entidades de atendimento a portadores de necessidades especiais nos Campos Gerais, com apresentações na Associação de Deficiente Físico de Ponta Grossa e no Recanto Espírita Maria Dolores. O projeto, aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, é um dos 17 selecionados pelo 4º edital Instituto CCR de Projetos Culturais, que tem o objetivo de contribuir para o desenvolvimento cultural de municípios onde as concessionárias do Grupo CCR atuam.

O espetáculo percorreu entidades como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Associação de Proteção aos Autistas (APROAUT), associação Ponta-grossense Assistência à Criança com Deficiência (APACD ), Centro Ponta-grossense de Reabilitação Auditiva (CEPRAF) e Associação Ponta-grossense de Portadores de Deformidades Facial (APPDF). Na próxima etapa, que acontece no mês de março, circulará por entidades nos municípios de Imbaú, Ipiranga, Tibagi, Palmeira e Piraí do Sul, da área de abrangência da CCR Rodonorte.

As apresentações são gratuitas e a risada é garantida quando o palhaço Picolé chega no picadeiro e entre estripulias e trapalhadas quer ser contratado para o circo. Porém, para conseguir ele precisa da ajuda da plateia que se diverte entre números de malabares, mágicas, e claro, muita palhaçada.

Caroline Cuttner, mãe de Melissa, de três anos, atendida na Associação Ponta-grossense dos Portadores de Deformidades Faciais (APPDF), acompanhou com a filha no espetáculo. A menina, que nasceu com lábio leporino (ou fissura labial) aproveitou cada momento, participando dos números de mágica, dançando e dando muita risada. “Ações como essa fazem muita diferença na vida de cada uma das crianças”, defende a mãe.

Para a professora e assistente social da APPDF, Regina Zanotelli, as atividades contribuem muito para o ambiente, pois o tratamento é longo e doloroso e proporcionar o envolvimento dos pais em atividades que geram alegria melhora o dia de cada criança. “Nós sempre acolhemos a família e tentamos fazer com que ela perceba que precisa estar junto para que o tratamento possa ser efetivado”, afirma.

Robert Salgueiro, artista que dá vida ao Palhaço Picolé, aponta que nas entidades de atendimento e apoio aos portadores de necessidades especiais sempre há muita entrega por parte do público. “Essas crianças são muito sinceras e na hora da apresentação, vemos que elas querem participar explorando seus limites. Mesmo com as dificuldades, elas não perdem o sorriso no rosto e a vontade de interagir. Não há como descrever a alegria delas”, comenta.

O espetáculo é totalmente interativo e Picolé explora a habilidade de cada público. “Uma deficiência pode limitar algum tipo de ação, que acaba sendo compensada por outras habilidades que o indivíduo desenvolve. Então, em cada interação Picolé busca a valorização daquilo que o público consegue fazer de melhor”, define.

Nem os cadeirantes ficam parados no espetáculo. Picolé com seu monociclo faz todos se movimentarem e se sentirem parte do enredo. “O espetáculo só se completa com a participação e doação do público, que acontece de forma muito especial. Ao final de cada show o meu sentimento é de gratidão”, completa.

Apoio à Cultura

O Instituto CCR apoia os projetos via Lei Federal de Incentivo à Cultura. “É um orgulho para o Instituto CCR seguir colaborando com a democratização do acesso à cultura no País. Os editais de incentivo são importantes instrumentos para a difusão de projetos culturais em diversas regiões do País, sobretudo, as que estão mais afastadas dos grandes centros”, destaca Marina Mattaraia, diretora do Instituto CCR.