Projeto ‘Dança Digital’ disponibiliza aulas para pacientes
IMPRENSA/Ponta Grossa – É de conhecimento, da maior parte dos cidadãos, que a atividade física é essencial para todos e interfere diretamente na qualidade de vida do ser humano. Mesmo sabendo disso, muitos não conseguem conciliar esta tarefa no seu cotidiano, isso acontece por diferentes motivos. Com a intenção de auxiliar e dar uma oportunidade de encaixar exercícios no dia a dia, os profissionais da Unidade Básica de Saúde Alfredo Levandoski, na região do Gralha Azul, passou a disponibilizar aulas de dança aos pacientes atendidos na estrutura de saúde.
A iniciativa faz parte do projeto ‘Dança Digital’ promovido pela técnica de enfermagem da UBS. A ideia deu tão certo, que os profissionais médicos passaram a prescrever as aulas como forma de tratamento aos pacientes. “Percebemos que muitos pacientes ficam receosos quando indicamos atividades físicas, por isso comecei a repassar, aos pacientes, como receituário, percebi que eles aceitavam melhor desta maneira, sendo uma recomendação, uma forma de tratar determinadas patologias que eles mencionavam nas consultas, desde fisicamente até mentalmente falando”, destaca uns dos médicos da UBS Fellipe Canhetti.
As aulas de dança são disponibilizadas através de um aparelho televisor, ou até mesmo projetadas em um telão, na própria UBS. A comunidade toda pode participar, homens, mulheres e crianças. Para a paciente Nair de Souza Lopes, 71 anos, e moradora do Residencial Buenos Aires, as aulas melhoram sua saúde. “Gosto muito de participar das aulas, fico feliz, faço atividades, me divirto. Hoje já respiro melhor, tenho mais resistência e ainda faço muitas amizades”, comenta. Já para a Luciana Rodrigues, 45 anos, o que melhorou foi a pressão alta. “Faço as aulas desde o início do projeto, tenho uma qualidade de vida melhor hoje em dia, minha pressão alta está controlada, venho na UBS apenas fazer acompanhamento, mas não posso reclamar, a dança me ajudou bastante”, diz a também moradora do Residencial Buenos Aires.
As aulas são sempre acompanhadas pela equipe técnica da UBS, residentes de educação física e a técnica de enfermagem são responsáveis por escolher as músicas e selecionar as danças. “Tentamos fazer algo mais tranquilo, sem muitos passos elaborados. Acreditamos que desta maneira os pacientes ficam livres para apenas se exercitar. Esta atividade, apesar de ser digital, tem todo o nosso acompanhamento. Nossa intenção é fazer com que os participantes se movimentem, ativem a musculação e trabalhem a mente”, explica a idealizadora do projeto e técnica de enfermagem, Adriana Angieski.
Depois do início das aulas de dança, os médicos da UBS perceberam que alguns pacientes deixaram de se medicar. “Todos os pacientes que fazem as aulas, sejam as mulheres ou os homens, estavam acima do peso ou com dores crônicas. Hoje conseguimos perceber, em sua maior parte, que vários deles deixaram de se queixar das dores e de se medicar. Percebemos também que os analgésicos e os psicotrópicos, remédios mais receitados, foram diminuindo neste público. Não estamos mais encontrando resistência dos pacientes em participar das aulas”, ressalta a médica Adriana Kochinski.
As aulas acontecem todas as quartas e quintas-feiras, às 15h30, na sede da UBS. “Eu adoro dançar, estava um pouco tímido em participar, mas resolvi vir. É sempre bom ter uma atividade perto de casa e ainda ser gratuita. Vou continuar participando”, declara o aposentado, morador do Residencial Gralha Azul, Cícero Firmino da Cruz, 63 anos. Os moradores da região do Roma, Athenas, Itapoá, Gralha Azul, Buenos Aires e Montevidéu, que tenham interesse em participar, podem procurar a UBS e conversar com a equipe técnica.