Correio dos Campos

Gestantes participam de atividade no Serviço de Assistência Especializada

A iniciativa visa melhorar o cuidado da saúde de mulheres e bebê vivendo com HIV/AIDS
8 de outubro de 2019 às 17:11
(Divulgação/PMPG)

IMPRENSA/Ponta Grossa – O Projeto Acalanto desenvolvido pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), através da equipe do Serviço de Assistência Especializada (SAE), preparou mais uma reunião com as gestantes atendidas por eles. A atividade aconteceu nesta terça-feira (8), contou com mulheres grávidas que vivem com HIV/AIDS. Os encontros são desenvolvidos com a intenção de auxiliá-las psicologicamente e emocionalmente durante a gestação.

O Projeto tem a proposta de melhorar a assistência em saúde para mulheres vivendo com HIV/AIDS através do atendimento multiprofissional durante o período gestacional e puerperal. Este acompanhamento tem por objetivo trabalhar questões relativas à gestação e realizar o monitoramento, da mãe e bebê, até o parto, onde posteriormente os cuidados maiores serão compartilhados entre a mãe e o recém-nascido exposto ao HIV.

“Nós esperamos que essas gestantes sejam bem acolhidas, que ela se sintam em um ambiente protegido e que faça todo o acompanhamento e adesão ao tratamento para que também não ocorra a transmissão vertical da doença”, destaca Cláudia Maria Hey da Silva, Assistente Social do SAE. “Há uma série de fatores dentro acolhimento, uma visão holística envolvendo todas as tensões biopsicossociais da gestante para que ela se sinta confortável e feliz nesse momento”, complementa.

Atualmente, o SAE conta com 13 gestantes que vivem com HIV e estão em acompanhamento. Elas recebem, mensalmente, além do tratamento para o HIV/AIDS, cuidados necessários para que possam aderir a proposta dos encontros, viabilizando a expressão e elaboração das angústias que as cercam, desde a descoberta da sorologia, vivências individuais e sobre a possibilidade da transmissão vertical da doença.

“Neste processo é necessário que o cuidado oferecido seja enfatizado para uma assistência que ultrapasse a barreira técnica e possa abrigar as angustias e, quando for o caso, o sofrimento da mulher durante a gestação. Os medos arremetidos pela condição clínica instituem a necessidade de uma relação empática, eficaz na execução técnica e que possibilite o confronto com o estado ansiogênico inerente a situação”, explica Cláudia.

O período gestacional é considerado um momento ímpar na vida da mulher, evento que modifica diversos aspectos biopsicossociais e carrega consigo uma intensa experiência emocional. Juliana Alves será mãe pela segunda vez, ela está grávida de seis meses e aponta a importância do projeto para as pessoas que convivem com a doença. “Esse projeto é muito importante, porque para uma gestante descobrir a gravidez e descobrir que tem o vírus é muito doloroso e aqui elas dão todo o apoio”.

As atividades do projeto consistem em grupos terapêuticos com atividades diversas de acordo com as demandas apresentadas pela paciente, disponibilização da fórmula infantil por um período de seis meses e também a entrega de um enxoval. “Para que o atendimento seja de qualidade e dentro da perspectiva da humanização é imprescindível estabelecer as condições emocionais e cognitivas da gestante que vive com HIV/AIDS, exprimindo as suas expectativas frente a maternidade e aspectos familiares, socioculturais e clínicos”, finaliza Cláudia.