Correio dos Campos

Restauro da Maria Fumaça resgata raiz ferroviária de PG

União de esforços entre Prefeitura, Exército e empresas resultou no reparo da Locomotiva 250, que teve sua imponência recuperada no centro da cidade
13 de setembro de 2019 às 17:32
Local reforça origens ferroviárias do desenvolvimento da cidade, (Divulgação/PMPG)

IMPRENSA/Ponta Grossa – Trilhos de ferro fizeram parte da paisagem na região central até meados da década de 80. Desde então, são as edificações das duas estações de passageiros da cidade e a Locomotiva 250, popularmente conhecida como Maria Fumaça, são os pontos que mantém viva a memória do passado ferroviário de Ponta Grossa. Em comemoração aos 196 anos da cidade, a Prefeitura entregou hoje (13) a Locomotiva 250 totalmente restaurada, numa ação conjunta com o Exército Brasileiro e empresas parceiras.

“É um grande orgulho marcar a data de hoje com a entrega da nossa Maria Fumaça, símbolo do desenvolvimento de Ponta Grossa, totalmente restaurada. Essa parceria permitiu que a locomotiva fosse restaurada por uma equipe com expertise, resgatando a história e cultura da nossa cidade, que tem raiz no movimento ferroviário. O nosso agradecimento ao Exército brasileiro, que cedeu mão de obra especializada para esse reparo, e as empresas parceiras que doaram os materiais necessários, é em nome de toda a população de Ponta Grossa. Este presente pelos 196 anos da cidade só está sendo possível pela união de esforços desses parceiros”, celebra o prefeito, Marcelo Rangel.

A locomotiva faz parte do acervo da Casa da Memória e está instalada na antiga plataforma de embarque e desembarque de passageiros da então “Estação Paraná”, e depois Rede Ferroviária Federal. O reparo estético na estrutura foi realizado por uma equipe de 30 pessoas, durante cerca de 45 dias. Os sargentos Josnei Carlos Ferreira Vaz e Diego Fagundes de Oliveira foram os restauradores responsáveis pelo projeto de recuperação da locomotiva.

“Nós apoiamos a cidade em que vivemos, participando de diversas ações, como campanha de agasalho, coleta de recicláveis e no balizamento de corridas. Apoiamos as ações da cidade porque é nossa missão institucional e o restauro da Maria Fumaça é mais uma maneira de apoiarmos a nossa população, que agora deve colaborar com a preservação desse item histórico. O Exército brasileiro sempre será mão amiga de Ponta Grossa”, destaca o general Márcio de Souza Nunes Ribeiro, comandante da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada.

A força tarefa para restauro da Maria Fumaça foi coordenada pela Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos, contando com o apoio da Afepon, Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Serviços Públicos e Fundação Municipal de Cultura na estruturação do monumento, com ações como paisagismo e iluminação na área. Os materiais foram todos doados pelas empresas parceiras Bmaq Máquinas e Ferramentas, Tintas Darka, Base Forte Materiais de Acabamento, Ecoline Produtos e Serviços Florestais e Conceito Imóveis.

A rede ferroviária representou um marco no desenvolvimento da região, fortalecendo a posição de Ponta Grossa como um entroncamento econômico regional. Desde a instalação das estações de passageiros e a rede ferroviária na cidade, os trens fizeram parte da história da cidade e da história de muitos ponta-grossenses, funcionários da antiga Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).

“Há alguns anos, todo mundo tinha algum vínculo com a ferrovia: um parente que trabalhava na rede ou um conhecido que comercializava nas estações ou no pátio central. Mas a população foi perdendo esse vínculo com o passar dos anos e esse reparo, com certeza, vai ajudar a resgatar essa raiz ferroviária da cidade, motivando os ponta-grossenses a divulgar sua própria história e preservar uma peça única como essa. A Locomotiva 250 é um símbolo não apenas de Ponta Grossa, mas de toda a rede, tendo sido quase completamente fabricada na cidade. É uma das poucas que existe nesse formato, merecendo ser valorizada e preservada”, aponta o representante da Regional Paraná da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), João Luís Teixeira.

Além da Maria Fumaça instalada junto à Casa da Memória, antiga Estação Paraná, em breve a cidade também receberá a nova edificação da Estação Saudade, construída em 1900 como Estação São Paulo-Rio Grande, atendendo a demanda de movimentação de trens de carga e de passageiros. A revitalização do local está em andamento e deve ser concluída até o final desse ano.