Correio dos Campos

Seminário abre Semana do Migrante

‘Migração e Políticas Públicas’ é o tema deste ano
19 de junho de 2019 às 12:50
No Seminário, no Espaço Cultural, a mala foi entregue. (Ana Andrade/Cáritas Diocesana de Ponta Grossa)

COM ASSESSORIAS – Ponta Grossa vive a 34 ͣ Semana do Migrante. Com o tema ‘Migração e Políticas Públicas: Acolher, Proteger, Promover, Integrar e Celebrar. A Luta é todo o dia’, a programação organizada pela Cáritas da Diocese de Ponta Grossa foi aberta no domingo (16) com a Roda de Conversa ‘Melhor que o pão é a sua partilha’, um debate sobre a situação dos migrantes e a necessidade do fortalecimento de políticas públicas voltadas para esta população. Participaram haitianos, venezuelanos, integrantes da Cáritas, acadêmicos e professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa, além de representantes da igreja presbiteriana. Todos puderam apreciar o brani, um arroz indiano com especiarias, preparado por Mohammed Mobin, morador da cidade, atendido pela Cáritas.

No programa da Semana do Migrante, que vai até o dia 23, na segunda-feira (17), três foram os convidados de um seminário sobre os eixos do trabalho da Cáritas Paraná: acolhida, proteção e integração do migrante. A postura vai ao encontro do preconizado pelo Papa Francisco, cujas palavras sempre foram de incentivo ao acolhimento, proteção, promoção e integração do migrante/refugiado. Rafael Machado, do setor de Relações Internacionais da Cáritas, falou sobre a inserção no mercado de trabalho do migrante que, como todo brasileiro, tem os direitos básicos garantidos; Angélica Furquim, advogada da Cáritas Paraná, detalhou as leis, os termos ‘migrante’, ‘imigrante’ e ‘apátridas’ e das medidas de proteção que garantem a permanência deles no Brasil, e o haitiano Jean Woody contou um pouco de sua história, do choque cultural que enfrentou. Superou e hoje, estuda e tenta se profissionalizar.

A representante da Organização Internacional para as Migrações (OIM/ONU), Merissa Farret, trouxe números do fluxo migratório, explicou como funciona a OIM, as ferramentas que a entidade utiliza para acolher os migrantes e os diversos tipos de atendimentos realizados. Merissa fez questão de ressaltar que não existe impacto negativo na migração, pelo pequeno número de migrantes no Brasil em relação a outros países. “Os da Venezuela vieram por causa da crise política. Eles buscam sempre países em que tenham mais facilidade na fala. A migração não é ruim porque eles também contribuem com o desenvolvimento do lugar para onde vão, podem trazer coisas muito ricas, uma diversidade muito grande. Só que ela (a migração) tem de ser bem administrada”, comentou.

A recém-eleita presidente do Conselho estadual dos Direitos de Migrantes, Refugiados e Apátridas – que só existe no Paraná – e coordenadora da Pastoral do Migrante do Paraná, Márcia Ponce, dizia-se extremamente feliz e esperançosa. “É uma oportunidade de discutir como a acolhida está sendo feita, como avançou quanto política para migrantes e refugiados. A gente entende que passos como esses são extremamente importantes para construir o diálogo, as relações, criar comitês, grupos de acompanhamento, conselhos municipais para discutir a politica publica, que se efetiva no município e vem pela politica de assistência, que é a porta de entrada”, avaliou Márcia, citando que ainda há muita incompreensão com essa temática, muito desconhecimento por parte dos órgãos púbicos e instituições.

No Seminário, foi entregue a mala da Campanha Compartilhe a Viagem aos representantes da Cáritas Curitiba. Da capital, a mala que chegou a Ponta Grossa no dia 12, vai para Brasilia. Na mala, estão sendo colocados vários objetos, cartas, lembranças que chegarão as mãos do Papa Francisco no final do ano.