Correio dos Campos

270 casais e padre Claudemir renovam votos

Uma celebração diferente agradeceu matrimônio e ministério
18 de fevereiro de 2019 às 10:58
O bambolê foi o recurso usado para ‘forçar’ a aproximação e facilitar o toque. (Sérgio Costa /Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro)

COM ASSESSORIAS – “Você é a razão da minha felicidade. Não vá dizer que eu não sou sua cara-metade. Meu amor, por favor, vem viver comigo. No seu colo é o meu abrigo”. A letra de Gabriela De Paula Pontes Melim / Rodrigo De Paula Pontes Melim embalou uma missa nada convencional neste sábado (16), no ginásio de esportes da Vila Liane. Ao invés de Ministério de Música, uma banda, a Excelence, animou a celebração, que teve casais de ministros na Liturgia, no Ofertório, na Eucaristia. Na assembleia, 270 cônjuges renovavam seus votos de matrimônio. No altar, padre Claudemir Nascimento Leal reiterava os seus, como forma de festejar os 25 anos de ministério.

E tudo na celebração foi pensado para rememorar a cerimônia do matrimônio dos casais. Das clarinadas, marcha nupcial às canções tocadas e às leituras. “Foram 802 casamentos celebrados ao longo desses 25 anos. Em cerca de 40 deles a Banda Excelence tocou”, contou padre Claudemir, lembrando que o grupo musical já tem outra formação, mas que os integrantes antigos fizeram questão de se reunir especialmente para tocar na missa do jubileu. “Fiz casamentos além daqui (Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro), em três outras paróquias, em Ponta Grossa, na região, em São Paulo, na Itália e nos Estados Unidos. A maioria dos padres não gosta de fazer casamento por causa da demora e de todo o cerimonial, mas eu sempre gostei porque acompanho os casais, vejo como o importante é a família”.

No ginásio, casais com 20, 15, 10 anos de matrimônio. Muitos vieram de longe. Havia gente de Goiás, São Paulo, Colorado, Curitiba, Jaguariaíva, Palmeira, Piraí do Sul, Castro. “Me senti muito amado, muito satisfeito, muito feliz pela presença de todos”, dizia emocionado o sacerdote. Em sua homilia, padre Claudemir lembrava a importância de permanecer em Deus, ressaltando que, para quem se casou perante o Senhor, é muito pouco viver de projetos terrenos. “Você pode até fazer planos, lutar, conseguir atingir os seus objetivos, mas e depois? Tem que se buscar algo maior!”.

Vários foram os momentos de emoção. Entrelaçados por um bambolê, marido e mulher renovaram os votos feitos no dia do casamento, repetindo diferentes juras ditas pelo sacerdote. Cada casal recebeu também alianças, que reforçaram as promessas de amor e fidelidade. “Que vocês olhem para elas cada vez que as crises vierem e se fortaleçam”, orientou o padre, que passou pelo ginásio abençoando as alianças. O momento foi encerrado com um beijo, ao som da música ‘Eu Juro’, tocada pela banda e cantarolada pelo sacerdote. “Eu mesmo cantei essa música no casamento de muitos aqui”, citou padre Claudemir. Os filhos foram lembrados no Ofertório, quando um casal da Pastoral Familiar e seus dois meninos carregaram as oferendas até o altar.

Nesses 25 anos de sacerdócio, padre Claudemir contou ter vivenciado algumas situações inusitadas no altar. “Celebrei o matrimônio de um surdo-mudo; de um casal que tinha a família brigada e havia ameaça de um desafeto matar outro durante a cerimônia. Tivemos que colocar um segurança na porta da igreja. O casamento durou dez minutos…”, lembrou, provocando risos ao falar de quando bateu o carro que dirigia em um muro, depois de uma crise de tosse provocada pelas flores escolhidas pela noiva para decorar o altar.