Correio dos Campos

Ensino bilíngue tem fila de espera em Ponta Grossa

29 de novembro de 2018 às 17:14
(Divulgação/Colégio Positivo)

COM ASSESSORIAS – De acordo com o último Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC), o Brasil tem 184,1 mil escolas, sendo que 40 mil são escolas privadas. Dessas, segundo estimativa da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (ABEBI), 1,2 mil ofertam ensino bilíngue (3%). De acordo com estatísticas do International Consultancy Group, a expectativa é que, em 2020, esse número chegue a 11 mil estabelecimentos. Entretanto, a demanda por esse tipo de ensino é maior do que a capacidade de vagas existentes.

O diretor-geral do Colégio Positivo, Celso Hartmann, reitera a afirmação. O Colégio Positivo Master, em Ponta Grossa – adquirido em setembro pelo Grupo Positivo – já tem fila de espera para o Ensino Bilíngue. A mais nova unidade oferta, em 2019, a modalidade para o Ensino Fundamental I e II (1° ao 9°). Para Hartmann, em todo o país, com o crescimento do ensino integral, cria-se a possibilidade de se planejar a aprendizagem do inglês não só nas aulas tradicionais. “Isso é uma previsão de futuro para todo o país”, avalia.

Benefícios

Quanto mais cedo se inicia o aprendizado de uma segunda língua, melhor. As crianças têm mais facilidade de absorver novos conhecimentos, pois nos primeiros anos de vida o cérebro se desenvolve em velocidade muito maior. São milhares de conexões neurológicas novas: aprender qualquer coisa nessa fase é muito mais fácil, inclusive diferentes idiomas. O ser humano nasce com potencial para aprender qualquer língua e, dependendo do contexto em que se insere, pode tornar-se bilíngue desde muito cedo.

Por essa razão, ao contrário do que às vezes se imagina, o aprendizado de uma segunda língua não atrapalha o desenvolvimento da criança. O bilinguismo traz inúmeros benefícios cognitivos, sociais, culturais e econômicos. Segundo a diretora de Novos Produtos do Colégio Positivo e especialista em Ensino Bilíngue, Mariângela Hoog Cunha, é preciso aproveitar o momento em que as crianças se encontram. “Vivenciar o inglês ou outro idioma desde os primeiros passos estimula o cérebro, que na fase da infância está mais aberto a fazer conexões, influenciando sua formação intelectual”, afirma. A diretora esclarece que a associação feita entre as palavras do idioma materno e do estrangeiro faz com que o cérebro da criança aprenda a realizar conexões importantes para o aprendizado, ainda mais quando aliado aos estímulos físicos, como canções, atividades esportivas e lúdicas.

Mariângela reforça que crianças bilíngues possuem vantagens referentes ao raciocínio e ao pensamento crítico-criativo, devido à constante ginástica cerebral demandada para se expressar nas diferentes línguas. “Dessa maneira, o Ensino Bilíngue oferece também mais abertura e disposição para o desenvolvimento de outras habilidades, já que esse processo aguça diversas áreas do cérebro, tornando as crianças mais flexíveis e abertas a novas experiências”, explica.

Outro ganho importante, segundo a professora, é que no Ensino Bilíngue de verdade, não é promovido apenas o ensino da língua. Por meio de uma formação multicultural, os alunos são incentivados a agir como cidadãos do mundo. “O aprendizado contempla atividades que envolvem contextos locais e globais, conectando as diversas culturas dos países. Dessa forma, os alunos vivenciam novas realidades e desenvolvem valores universais, tornando-se capazes de fazer a diferença em qualquer lugar do mundo e aptos a experiências de estudo e vivência no exterior”, conclui.

Estudos comprovam

Segundo estudo das psicólogas Ellen Bialystok e Michelle Martin-Rhee, realizado com crianças monolíngues e bilíngues, houve comprovação de que o segundo grupo é mais ágil para desenvolver exercícios que exijam raciocínio lógico. O resultado da pesquisa foi tema da matéria “Por que os Bilíngues são mais espertos”, do The New York Times. Outra pesquisa conduzida pela International School for Advanced Studies in Trieste, na Itália, mostrou que bebês de 7 meses expostos a duas linguagens são mais velozes no entendimento de exercícios. As crianças foram expostas a um áudio gravado e, na sequência, aparecia a imagem de um brinquedo no topo de uma tela. Todos os pequenos aprenderam a olhar para o local no qual o fantoche deveria estar antes de efetivamente aparecer. Contudo, ao mudar o local onde aparecia, as crianças bilíngues entenderam com mais facilidade a mudança no exercício.