Correio dos Campos

Pastoral da Sobriedade é retomada na Diocese

Bispo dom Sergio instituiu oficialmente a nova coordenação.
8 de março de 2018 às 15:31

COM ASSESSORIAS – Em abril, a Pastoral da Sobriedade comemora 20 anos de Brasil. Definida como uma ação concreta da Igreja na prevenção, intervenção e recuperação de dependentes químicos e seus familiares, a Pastoral está sendo retomada na Diocese de Ponta Grossa. O novo coordenador diocesano, o advogado Claudimar Barbosa, foi oficialmente instituído pelo bispo dom Sergio Arthur Braschi, na última sexta-feira, e aguarda o segundo curso de formação e capacitação de agentes, marcado para abril, para compor sua equipe. Barbosa é o presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas de Ponta Grossa (Comad).

De acordo com o novo coordenador, a Pastoral da Sobriedade foi criada na Diocese em 2001 e chegou a ter três grupos, que acabaram se dissolvendo. Há oito meses, voltaram a serem dados os primeiros passos para sua reestruturação, na Capela São Martin de Lima, na Paróquia Santo Antônio, no Jardim Carvalho, em Ponta Grossa. “A missão principal e primordial é constituir um grupo de auto-ajuda, que atua com dependentes químicos e seus familiares, buscando o resgate e a reinserção social. Tem atuado muito com os dependentes que saem de outros modelos de tratamento, as entidades terapêuticas, e que procuram a Pastoral para se fortalecer”, explica Claudimar Barbosa. Segundo ele, a reestruturação na capela foi o retorno imediato e direto das articulações iniciadas ano passado, e, agora, com a segunda formação e capacitação programada para o dia 29 e abril, pretende-se buscar um contato mais próximo com as demais paróquia.

A intenção é aproveitar a estrutura da Coordenação Diocesana da Ação Evangelizadora para trazer as paróquias a participar, a criar as suas pastorais. “Aguardamos o novo curso de formação para ver se surgem interessados de outras paróquias, para não se limitar a uma única comunidade, e dar a Pastoral um aspecto diocesano”. Na Capela San Martin, servem 15 agentes, que fizeram a formação, iniciaram com trabalho de divulgação, via panfletos com foco nas famílias. As reuniões são semanais, sempre às segundas-feiras, às 19h30, e abertas. “Entre setembro e outubro, foi criado um segundo grupo na comunidade católica Mãe do Bom Conselho, no Parque Shangrilá, que acolhe moradores de rua. Lá, as reuniões são aos sábados, às 16 horas”, acrescenta, lembrando que entre os acolhidos estão alcoolistas, usuário de drogas ilícitas, de cigarro, pessoas com transtornos emocionais ou que apresentem outro tipo de dependência. “Podem buscar o grupo de auto-ajuda os que queiram conversar, falar de si, porque a postura do agente é a de ouvir. Sem censura, sem aconselhamento direto. E a melhora tem sido fantástica, um resultado milagroso ao longo do tempo. As pessoas abrem o coração e vão se transformando por dentro”, detalha. Em alguns casos, os agentes podem solicitar encaminhamento ou apoio profissional, buscam vagas em instituições especializadas. Em Ponta Grossa, são cinco as comunidades terapêuticas, duas das quais católicas.

A ação não se restringe ao grupo. Há o atendimento da família também, cujos integrantes são considerados co-dependentes. “Eles vivem em razão da dependência e precisam ajudar a alterar a situação. Se a família não se engajar o acolhido não supera e não se mantém na sobriedade”, enfatiza. O processo, a Terapia do Amor, segue um manual constituído de 12 passos, desenvolvidos mediante um calendário nacional. O tema da Pastoral, ‘os excluídos são os nossos preferidos’, denota a ação de valorização da pessoa humana, que passa a ser percebida como filha de Deus novamente. Conforme Barbosa, para formar o grupo é preciso, no mínimo, quatro pessoas, que deverão se revezar pelas diversas funções: recepção, coordenador e animação. Ele pode funcionar na matriz da paróquia ou nas capelas, ou, em ambas. “A intenção é chegar gradualmente a todas as paróquias, comunidades, e, eventualmente, em casas religiosas, para que pessoas tenham a oportunidade de buscar esse socorro espiritual para mudar de vida de fato. Sozinho é difícil conseguir”, sentencia o coordenador.

Coordenador – Claudimar Barbosa atua na área desde 2001, quando criou, enquanto secretário municipal de Administração e Negócios Jurídicos, a Semana Municipal de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, realizada anualmente até 2015, quando passou a se chamar ‘Junho Branco’, mês de conscientização e prevenção ao uso de drogas, com sua primeira edição em 2016. Também foi Barbosa quem convocou, em 2016, a I Conferência Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas, que, este ano, terá sua segunda versão. Em 2013, foi designado pela Ordem dos Advogados do Brasil/Subseção de Ponta Grossa para representar a entidade no Comad, sendo eleito presidente em 2014 e reeleito em 2016.

Barbosa permanece na presidência do Comad até junho, quando acontece a II Conferência Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas, com a posse dos novos conselheiros e dirigentes.