Correio dos Campos

Educação para paz fortalece o protagonismo leigo

Todos somos responsáveis, alega Nei Salles Filho.
27 de fevereiro de 2018 às 08:05
A Escola de Fé e Política debateu a Educação para a Paz, com o professor Nei Sales Filho.

COM ASSESSORIAS – A primeira Escola de Fé e Política de 2018 foi nucleada pelo professor doutor Nei Alberto Salles Filho, em uma exposição que durou toda a tarde de sábado (24) e teve como convidado o professor José Henrique de Goes, professor do curso de Direito e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Iniciativa do Conselho do Laicato da Diocese de Ponta Grossa, a Escola de Fé e Política retoma as atividades este ano, programando para o dia 24 de março – dentro das reflexões da Campanha da Fraternidade – uma discussão sobre Justiça Restaurativa, com representantes do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc).

O professor Nei Alberto Salles Filho, coordenador do Núcleo de Estudos e Formação de Professores em Educação para a Paz e Convivências da UEPG, lembrou que trabalha com o tema ‘violência’ mais a nível de dados, nível científico. “Por outro lado, existe o sentido prático ligado a vida das pessoas, que tem a ver com a fé, a espiritualidade, a convivência comunitária. O encontro disso, a visão científica e a convivência comunitária, faz com que as duas coisas se fortaleçam, tanto o olhar da pesquisa quanto, especialmente, o olhar dos grupos, como o do laicato”, comentou. Para o professor, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mais uma vez, acerta na escolha do tema da Campanha da Fraternidade. “Quando coloca que somos todos irmãos, dá a entender que todos temos que participar, que não é uma questão política ou de doutrinas. Há necessidade do protagonismo de cada um na sua vida privada, na sua família e na sua comunidade”.

Salles Filho destacou que o debate fará com que a sociedade avance, especialmente, neste momento de corrupção, violência, como a verificada no Rio de Janeiro. “É preciso preparar as comunidades para evitar que se chegue ao que se está observando agora em algumas cidades”, enfatizou, ressaltando a importância intergeracional, ou seja, a maturidade das antigas gerações que precisa ser ‘casada’ com a atual realidade tecnológica, de informação, “para que se consiga melhorar o País e melhorar a questão da convivência e os índices absurdos de violência do Brasil de hoje”.

O professor José Henrique de Goes afirmou que, com este tipo de iniciativa, a Igreja promove a unidade dentro das comunidades e o protagonismo das pessoas leigas. “A mensagem do Evangelho pode ser levado a sociedade através desse protagonismo dos leigos, dentro das comunidades. O envolvimento com esses temas, violência, justiça, paz, faz com que as pessoas repensem se os seus valores estão traduzidos dentro de suas práticas e faz com que outras informações, não aquelas da mídia, cheguem as pessoas, para o debate se tornar democrático, especialmente àquelas que não tem acesso a uma maior diversidade de fontes de comunicação”, argumentou.