Correio dos Campos

Fórum de Segurança discute criminalidade em PG

Comandante geral da PM do Paraná entre outras autoridades estiveram na ACIPG
1 de novembro de 2017 às 14:59

Com o auditório cheio, a sede da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG), foi sede do Fórum ‘Segurança: Direito de Todos’, realizado pela Associação Paranaense de Supermercados (Apras), em parceria com a Academia Empresarial Apras, ACIPG, Câmara dos Dirigentes Lojistas de Ponta Grossa, Sindimercados de Ponta Grossa e região e Conselho Comunitário de Segurança de Ponta Grossa (Conseg-PG).

Entre as autoridades, compareceram o coronel Maurício Tortato, comandante geral da Polícia Militar do Paraná; Danilo Cesto, delegado chefe da 13ª Subdivisão Policial (SDP); juiz criminal Antônio Acir Hrycyna; promotora titular dos juizados especiais criminais Suzane Maria Carvalho do Prado; promotora de Justiça do Ministério Público, Danielle Garcez da Silva; e do coordenador do Gaeco Ponta Grossa, promotor Antônio Juliano Souza Albanez, o secretário municipal de Cidadania e Segurança Pública Ary Lovato e do deputado Marcio Pauliki (PDT). Foi registrada a presença do vereador Sargento Guiarone (PROS), policiais militares e civis, o diretor de Bairros Sergio Jasinski, de Comércio, Milane Barbur e do presidente da ACIPG, Douglas Fanchin Taques Fonseca. O evento foi moderado pelo diretor de Segurança da Apras, coronel Luiz Alberto Leão.

Tortato comentou que região de Ponta Grossa se comparado aos demais comandos é o de menores índices de violência e criminalidade. Segundo ele, são presos diariamente 178 indivíduos no Paraná. Além disso, ele explicou que grande parte dos criminosos em liberdade assistida com tornozeleiras eletrônicas reincidem na criminalidade.

No Paraná, há mais de 5,5 mil que utilizam da tornozeleira e uma média de 278 por dia desrespeitam de alguma forma o uso da ferramenta. Entre as críticas, Tortato condenou medidas garantistas principalmente em casos de reincidência.

O comandante alegou que o problema na segurança pública não pode se limitar apenas na polícia. Ele comenta que são necessárias politicas públicas consistentes que não foquem apenas em medidas policiais. “Precisamos do fortalecimento das relações comunitárias, a integração com executivos municipais, Policia Civil e Poder Judiciário”.

O juiz criminal concordou que há a necessidade de políticas públicas para conter a criminalidade. Ele salienta que jogar o cidadão na prisão e esquecê-lo na cadeia, devolve-se cidadãos mais delinquentes para a sociedade. “A reponsabilidade é nossa enquanto sociedade. Por isso, há uma necessidade de nos envolvermos, participando de projetos relacionados ao regime penitenciário. Gostaríamos da colaboração dos empresários e dar oportunidades para aqueles que queriam se reintegrar a sociedade”, disse Hrycyna.

No entanto, apontou que a crise carcerária é gerada por falta de estrutura. A penitenciária em Ponta Grossa conta atualmente com cerca de 850 presos em uma cadeia que deveria ser para 300. De acordo com o juiz é necessário o adiantamento da progressão de benefícios para abrir vaga para outros criminosos que estão na rua. “Temos que escolher os criminosos ‘menos piores’ para colocar na rua com a tornozeleira, com o risco de cometerem crimes graves”, disse o juiz, que comentou que há 14 anos é pedido ao estado o aumento vagas no sistema carcerário em Ponta Grossa.

A promotora de Justiça do Ministério Público salientou que multirões carcerários podem resolver problemas de rebeliões, mas coloca pessoas despreparadas para convivência em sociedade e possibilitam a reincidência de crimes.

“Porém, não vamos resolver o problema construindo presídios, mas sim com políticas públicas e planejamento em todas as esferas de governo. Não adianta apenas punir, mas sim ressocializar ”, frisou Danielle, solicitando ao deputado Pauliki para interceder pela Casa de Custódia em Ponta Grossa.

O presidente da ACIPG comentou que o evento foi muito produtivo, considerando que as autoridades tiveram a oportunidade de expor as dificuldades e desafios para cada setor de segurança. Para Fonseca, todas as explanações tiveram informações em comum que incidem diretamente na criminalidade. “O sistema carcerário está deficitário, em virtude disso, criminosos tem que ser soltos para que outros sejam presos, pela falta de novas vagas. Só a polícia não dá conta da criminalidade, por isso são necessárias políticas públicas para criar uma nova cultura na população, na prevenção pelo cidadão de bem, e trabalhar na reinserção dos detentos para a sociedade, na tentativa de afastá-los do crime”, disse Fonseca.