Correio dos Campos

Exclusivo – Taylor Castanho deixou governo por recomendação do Ministério Público e não por vontade própria

Documentos recebidos pelo Correio dos Campos comprovam que saída do secretário aconteceu depois de posicionamento do MP.
25 de abril de 2018 às 18:45

REDAÇÃO/Correio dos Campos – Depois de enviar uma carta comunicando seu afastamento do cargo de Secretário Municipal de Infraestrutura para as rádios Brotas e Madasol na manhã do último dia 18, oportunidade em que agradeceu a população pelo apoio e mencionou estar deixando a administração devido a inúmeras decepções, o anúncio feito por Taylor Castanho ganhou uma nova versão nos últimos dias.

De acordo com documentos levantados pelo Correio dos Campos após a publicação do ato de exoneração de Castanho, a saída dele da gestão se deu por recomendação do Ministério Público do Estado do Paraná, através do GEPATRIA (Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa), e não por vontade própria, como anunciado pelo ex-secretário.

Assinado pela Promotora de Justiça Kele Cristiani Diogo Bahena, um ofício enviado para o prefeito José Carlos Sandrini recomendava a saída de Taylor, ante a caracterização de nepotismo, por ser irmão da vice-prefeita Ludi Meri Raymundo, já no mês de fevereiro desse ano.

Como Sandrini não havia exonerado o ex-secretário e nem comunicado sua decisão para o Gepatria até o início de abril, no dia 10 desse mês o MP expediu um segundo ofício para a prefeitura, dessa vez estabelecendo prazo de 48 horas para que o prefeito se pronunciasse.

O parecer jurídico assinado pelo Secretário de Negócios Jurídicos de Piraí do Sul, Júlio Cezar Sviech Fontoura, em conjunto com o advogado de carreira do Executivo, Wanger Sandrini Canesso, sugeriu ao prefeito que observasse a recomendação do Ministério Público dentro do prazo previsto no ofício, de 48 horas, alertando para a responsabilização por um possível ato de improbidade administrativa, além de eventual condenação pecuniária, em caso de descumprimento da orientação repassada pelo MP.

O Correio dos Campos procurou o ex-secretário Taylor Castanho Raymundo para ouvir sua versão sobre o caso. No entanto, até o fechamento dessa matéria ele não havia retornado o contato feito durante os últimos dias.

SECRETÁRIO DE SAÚDE – No mesmo documento que o MP recomendou a saída de Castanho, o caso do Secretário Municipal de Saúde, Julio Cezar Sandrini, irmão do prefeito, também foi citado.

Diferentemente do entendimento demonstrado na situação de Taylor, a Promotora de Justiça que acompanha o caso entendeu que Julio Sandrini comprovou capacidade técnica e, portanto, aptidão para responder pela pasta de saúde.

Segundo ela, o período em que o profissional atuou como Secretário de Saúde em Castro, além da realização de pós-graduação na área de gestão pública, foram fatos considerados consistentes para que o MP considerasse sua permanência na equipe administrativa comandada pelo irmão José Carlos Sandrini.