Correio dos Campos

Demora no atendimento a homem encontrado morto revolta moradores

16 de agosto de 2017 às 15:16

Um casal procurou ajuda na manhã de hoje, na Unidade Básica de Saúde (UBS) “Maíra Milléo Weigert”, na Vila Brasilinha, para atendimento de um homem que havia dormido em sua casa e que não respondia a nenhum estímulo. A equipe de resgate que se deslocou até o endereço momentos depois constatou o óbito do rapaz.

Durante a manhã desta quarta-feira, 16, por volta de 9 horas, a equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada na Vila Brasilinha recebeu o pedido de socorro de um casal que, de acordo com os funcionários da unidade, relatou ter em sua casa uma pessoa morta ou em coma, já que não respondia aos estímulos.

Antes de procurar a UBS, de acordo com informações repassadas por um dos funcionários da unidade de saúde, o casal tinha solicitado auxílio no Hospital Municipal Santo Antonio, onde supostamente o pedido foi negado.

Sensibilizados com a situação, os próprios funcionários da UBS conseguiram contato com a equipe da Defesa Civil que se deslocou até o endereço para atendimento da ocorrência. No local os socorristas encontraram o homem de 35 anos de idade já sem vida, identificado como Gilberto das Neves.

Segundo a Polícia Civil de Piraí do Sul o homem foi acolhido pelo casal em sua residência. Na noite de ontem, por volta de 22 horas, ele chegou na casa e algumas horas depois foi dormir. De acordo com a equipe policial, pelas características apresentadas, Gilberto já estava em óbito a quase seis horas quando foi encontrado.

De acordo com a Polícia Civil, Gilberto morreu durante a noite por causa ainda desconhecida. Ele não apresentava lesão corporal e tinha histórico de atendimentos por consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

Revolta – Mensagens de aplicativo de celular e postagens nas redes sociais tratando do assunto logo tomaram conta das páginas e grupos piraienses. Um dos primeiros a se manifestar em relação a omissão de socorro por parte do Hospital Municipal foi o funcionário público Adelcio José Rombkowiski, que acompanhou todo o desenrolar da história, desde o pedido de ajuda do casal na UBS até o atendimento do homem no endereço da residência.

De acordo com o texto publicado pelo funcionário, a equipe do hospital deveria tratar a vida dos seres humanos com respeito e responsabilidade. Adelcio citou que os contatos da equipe da Unidade Básica de Saúde com o hospital e com a Defesa Civil foram feitos com os celulares próprios dos funcionários, já que o telefone da unidade está cortado há meses, assim como também a internet.

Além disso, disse na postagem, uma ambulância do hospital chegou a passar em frente ao local duas vezes, sem parar na UBS mesmo com os acenos de um de seus funcionários.

Versão da administração – O Correio dos Campos entrou em contato com o Hospital Municipal Santo Antonio para ouvir a versão da administração sobre o ocorrido. No entanto, a direção da unidade, através do Diretor Municipal de Assistência à Saúde, Juarez Sebastião de Oliveira, preferiu não se manifestar em relação ao assunto. (Foto: Arquivo Gazeta de Pirahy)