Dois homens são condenados pelo assassinato de garota de programa após discussão por pagamento
José Vilmar Paes Júnior, de 42 anos, e Allison Alves, de 31, foram condenados nesta quinta-feira (15) por envolvimento no assassinato de Karla Raphaela Pereira dos Santos, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.
Allison Alves foi condenado a 23 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado – por recurso que dificultou a defesa da vítima e emboscada –, ocultação de cadáver, falsa identidade e furto, qualificado por concurso de pessoas (quando é cometido por mais de uma pessoa).
José Vilmar foi condenado a 6 anos de prisão pelo crime de homicídio simples.
O caso aconteceu na madrugada de 3 de dezembro de 2020. Na ocasião, a vítima, que tinha 38 anos e era garota de programa, teve uma discussão com os condenados por conta de um pagamento. Relembre a seguir.
A defesa de José Vilmar afirmou que o cliente é inocente e não matou a vítima. O g1 tenta contato com a defesa de Allison Alves.
A condenação ocorreu após um júri popular que durou cerca de 10 horas.
Corpo nunca foi encontrado
O corpo de Karla Raphaela Pereira dos Santos ainda não foi encontrado. Apesar disso, o MP denunciou os suspeitos por homicídio por conta do conjunto das provas coletadas ao longo do inquérito e pelas versões dos dois se contradizerem.
De acordo com a sentença, o crime de ocultação de cadáver afetou diretamente os familiares da vítima.
“Em razão da ocultação de cadáver, o corpo da vítima ainda não foi encontrado e, passados mais de dois anos, os familiares da ofendida não puderam despedir-se dignamente dela”, afirma o documento.
José Vilmar e Allison foram presos em janeiro de 2021.
Relembre o caso
Segundo as investigações, Karla e uma amiga foram convidadas por José Vilmar e Allison para realizar um programa em uma casa na madrugada de 3 de dezembro de 2020.
A amiga de Karla relatou à polícia que elas precisaram ficar cerca de duas horas escondidas após a namorada de um dos réus chegar no local.
A mulher, então, desistiu do programa, mas exigiu o pagamento diante do tempo em que permaneceu na casa. À polícia, ela disse que houve uma discussão com os suspeitos após o pedido, e um deles precisou ser contido depois de tentar agredi-la.
Ela foi embora, enquanto Karla ficou no local e não foi mais vista desde então.
A investigação aponta que na tarde do mesmo dia, um dos réus usou o celular de Karla para enviar mensagens a esta amiga se passando pela vítima, para tentar retirar as suspeitas de que ela poderia ter sido agredida ou morta por eles.
Até a última atualização desta reportagem, Karla continuava no sistema de pessoas desaparecidas da Polícia Civil do Paraná.
Fonte: G1