Correio dos Campos

Dois homens são condenados pelo assassinato de garota de programa após discussão por pagamento

Karla Raphaela Pereira dos Santos desapareceu em dezembro de 2020, em Ponta Grossa, e corpo nunca foi encontrado. Defesa de José Vilmar Paes Júnior alega inocência. g1 tenta contato com defesa de Allison Alves.
16 de fevereiro de 2024 às 09:38
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

José Vilmar Paes Júnior, de 42 anos, e Allison Alves, de 31, foram condenados nesta quinta-feira (15) por envolvimento no assassinato de Karla Raphaela Pereira dos Santos, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.

Allison Alves foi condenado a 23 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado – por recurso que dificultou a defesa da vítima e emboscada –, ocultação de cadáver, falsa identidade e furto, qualificado por concurso de pessoas (quando é cometido por mais de uma pessoa).

José Vilmar foi condenado a 6 anos de prisão pelo crime de homicídio simples.

O caso aconteceu na madrugada de 3 de dezembro de 2020. Na ocasião, a vítima, que tinha 38 anos e era garota de programa, teve uma discussão com os condenados por conta de um pagamento. Relembre a seguir.

A defesa de José Vilmar afirmou que o cliente é inocente e não matou a vítima. O g1 tenta contato com a defesa de Allison Alves.

A condenação ocorreu após um júri popular que durou cerca de 10 horas.

Corpo nunca foi encontrado

O corpo de Karla Raphaela Pereira dos Santos ainda não foi encontrado. Apesar disso, o MP denunciou os suspeitos por homicídio por conta do conjunto das provas coletadas ao longo do inquérito e pelas versões dos dois se contradizerem.

De acordo com a sentença, o crime de ocultação de cadáver afetou diretamente os familiares da vítima.

“Em razão da ocultação de cadáver, o corpo da vítima ainda não foi encontrado e, passados mais de dois anos, os familiares da ofendida não puderam despedir-se dignamente dela”, afirma o documento.

José Vilmar e Allison foram presos em janeiro de 2021.

Relembre o caso

Segundo as investigações, Karla e uma amiga foram convidadas por José Vilmar e Allison para realizar um programa em uma casa na madrugada de 3 de dezembro de 2020.

A amiga de Karla relatou à polícia que elas precisaram ficar cerca de duas horas escondidas após a namorada de um dos réus chegar no local.

A mulher, então, desistiu do programa, mas exigiu o pagamento diante do tempo em que permaneceu na casa. À polícia, ela disse que houve uma discussão com os suspeitos após o pedido, e um deles precisou ser contido depois de tentar agredi-la.

Ela foi embora, enquanto Karla ficou no local e não foi mais vista desde então.

A investigação aponta que na tarde do mesmo dia, um dos réus usou o celular de Karla para enviar mensagens a esta amiga se passando pela vítima, para tentar retirar as suspeitas de que ela poderia ter sido agredida ou morta por eles.

Até a última atualização desta reportagem, Karla continuava no sistema de pessoas desaparecidas da Polícia Civil do Paraná.

Fonte: G1