‘Não tenho mais nada, só minha família’, diz homem que teve casa arrastada por correnteza
Cinco casas foram arrastadas pela correnteza do Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, na região central do Paraná, no sábado (28). Ademar Tomaz de Lima, auxiliar de serviços gerais, era proprietário da casa que aparece em um vídeo desaparecendo no leito do rio.
“Começou a chover, chover, daí eu falei pra minha esposa: ‘Vamos abandonar a casa? Ela falou: não, não vamos abandonar’. A vida inteira nós trabalhamos… Não deu mais tempo de tirar nada, não sobrou nada. […] Não tenho mais nada, só minha família”, disse.
Ainda segundo Ademar, ficou paralisado quando viu a residência ser carregada.
O que sobrou da casa dele foi apenas a base de concreto e uma caixa d’água. Ele, esposa e o filho estão abrigados na casa de um parente.
“Eu na hora fiquei parado, minha esposa e meus amigos foram tirando as coisas, me deu um negócio assim que não consegui fazer mais nada. Só escutei um estouro e foi embora minha casa”, contou.
A casa de Elaine Fernandes, também foi afetada pela forte chuva. Contudo, não foi arrastada pela correnteza. Ela contou que perdeu praticamente tudo que tinha.
Conforme relatou, conseguiram salvar apenas alguns móveis da cozinha.
“Agora é seguir em frente, pedir pra Deus ajudar nós, né?
40 casas foram afetadas
De acordo com a Secretaria de Assistência Social do município, pelo menos 40 casas foram afetadas pelos alagamentos. Quatro famílias ficaram desabrigadas e estão em casas de amigos e parentes.
Outras seis famílias ficaram desalojadas, segundo a prefeitura. Na área de aldeamento indígena, 18 famílias ficaram desalojadas e estão abrigadas em barracões comunitários.
A prefeitura afirmou que está mobilizando doações e caminhão pipa com água potável para as famílias.
Como se proteger em casos de alagamentos
A Defesa Civil do Paraná disponibiliza algumas dicas de como se proteger em temporais. Veja abaixo:
Alagamento
- Não deixe crianças brincarem nas águas de inundações, alagamento e enxurradas. Além de vários perigos, elas poderão estar contaminadas;
- Caso perceba que o volume de água está subindo, ameaçando seus bens, ponha-os a salvo, elevando-os. Mas atenção! Somente faça isso se não houver riscos;
- Se, por algum motivo, ficar ilhado, ligue 193 – Corpo de Bombeiros ou Defesa Civil pelo 199;
- Proteja-se em locais elevados até a água baixar;
- Fique atento às informações das rádios;
- Estando em veículo, se possível, estacione em um local elevado e espere a água baixar;
- Não fique próximo a caminhões ou ônibus. Veículos de grande porte provocam ondas que podem alagar o seu carro e fazer com que perca o controle da direção;
- Não pare o carro próximo a árvores ou postes.
Evite atravessar áreas alagadas, só faça isso se for realmente necessário. Se precisar fazê-lo, atente para o seguinte:
- Não tente atravessar vias com água acima da metade da roda (observe outros carros) e mantenha sempre a rota da rua sem fazer desvios, evitando buracos escondidos na margem;
- Ande em 1° marcha e devagar sem jamais trocar de marcha dentro d’água, mantendo a aceleração constante, por volta dos 2.500 giros, para evitar que entre água pelo escapamento e o carro apague;
- Mantenha distância do carro da frente, pois, se o mesmo apagar, você tem a opção de fazer uma rota alternativa;
- Se o carro morrer, não tente fazê-lo pegar. Solicite ajuda e, se possível, retire-o do local onde está parado, para que a água não entre no veículo causando panes;
- Se não houver como movê-lo, não espere dentro do carro o volume de água diminuir, pois, na maioria das vezes, a tendência é aumentar e você poderá ficar preso ao veículo, sem poder sair. Veja a maneira mais segura de fazê-lo, se necessário aguarde por socorro sobre o carro;
- Tente estacionar em regiões mais altas. Se o nível da água atingir o batente inferior da porta é hora de abandonar o veículo. Com água acima das rodas, o carro começa a boiar e fica sem controle. Se alcançar as janelas, ocorre o bloqueio das portas, impedindo a saída e dificultando o resgate;
- Se não for possível abandoná-lo, chame por socorro (ligue 193 ou 199) e aguarde no teto do veículo.
Fonte: G1
