“Eu tô vivendo essa vida por viver”, diz mãe de menino executado em Almirante Tamandaré

RIC MAIS – A mãe de Matheus Kinap, de 12 anos, executado no último sábado (20) em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, esteve na delegacia da Polícia Civil, nesta segunda-feira (22), para saber como está a investigação sobre a morte do filho.
No local, ela contou que o menino era estudioso, sempre ajudava cuidar de seus irmãos e afirmou que não existe explicação que possa justificar alguém tirar a vida de uma criança. “Ele era um menino muito bom, me ajudava em casa, ajudava cuidar dos irmãos dele, não tem explicação. A única coisa que eu peço é justiça porque não pode ficar assim, tirou a vida de um inocente, uma criança que tinha a vida inteira pela frente”, disse.
Inconformada com o assassinato brutal do filho, ela declarou ainda que a vida perdeu o sentido com tamanha injustiça.
“Eu tô vivendo essa vida por viver porque não tem lógica. A gente pode ter dez filhos, mas nenhum fica no lugar do outro. A dor vai ficar para o resto da minha vida, eu não vou ter meu filho de volta, mas eu quero justiça”, desabafou.
Imagens registram suspeito
De acordo com o delegado Tiago Dantas, que cuida do caso, a investigação está em andamento e existem dois suspeitos pelo crime. Ambos teriam desavenças com o tio de Matheus. Além disso, uma câmera de segurança registrou o momento em que o assassino chega no local e aguarda o momento oportuno para surpreender as vítimas.
“O suposto autor chega com a moto, estaciona a moto, e fica ali do outro lado da calçada aguardando. Logo depois, a gente consegue ver ele correndo até a moto para fugir”, explica Dantas.
Matheus estava acompanhando o tio identificado como Maurício, o verdadeiro alvo da execução, quando o crime ocorreu. “Conversamos preliminarmente com o tio da criança e ele nos informou que teria marcado um encontro com uma pessoa e pegou o Matheus para fazer companhia, até que essa pessoa chegasse. Só que nesse momento, chegou o executor, por trás dos dois, com arma em punho e desferindo os tiros”, disse o policial.
No entanto, o delegado pontua que mesmo o tio sendo o alvo principal, o atirador não poupou a vida da criança e executou propositalmente o menino que ficou paralisado quando viu o homem armado.
“No momento em que o Maurício viu a situação, que era o alvo, ele correu, no extinto e, aí, o executor optou por desferir tiros na criança e efetuou três tiros na região da cabeça. Se ele estivesse efetivamente com o intento de acertar o Maurício que empreendeu fuga, a criança teria ficado parada, então provavelmente, a arma teria deslocado em direção a quem estava fugindo, mas ele optou por atingir a criança que estava sentada”, falou o policial.
Ainda conforme o policial, a jovem que estava indo ao encontro do tio de Matheus, e não conhecia o homem pessoalmente, até o momento, é tratada como testemunha. No entanto, a investigação apura como o atirador sabia que as vítimas estariam local do crime, na hora combinada.
“Não excluímos a possibilidade de ela ter marcado uma emboscada porque a gente consegue verificar que por volta de 10 min, o executor fica aguardando. Como ele sabia que efetivamente o Maurício estaria ali naquela esquina?”, finaliza o delegado.
Matheus foi sepultado neste domingo (21). A equipe da RIC Record TV também apurou que o pai do menino também foi assassinado em 2017.