Correio dos Campos

Justiça decreta prisão preventiva de homens que estavam participando de racha e mataram jovem atropelada

15 de março de 2020 às 08:06
Jovem morreu atropelada durante racha (foto: facebook)

A Justiça decretou a prisão preventiva dos dois homens que participavam de um racha que resultou na morte de uma jovem de 19 anos na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Ela morreu atropelada.

A decisão judicial é deste sábado (14), do juiz Fernando Fischer. Os dois rapazes passaram por audiência de custódia nesta manhã e, depois, voltaram para a delegacia onde estão detidos, até serem transferidos para o sistema prisional.

Para o juiz, o racha demonstra a “mais absoluta irresponsabilidade e ausência de condições [dos suspeitos] de viver em sociedade”. Com a prisão preventiva, não há prazo para que os dois deixam a cadeia.

Caroline Beatriz Olímpio era estudante de arquitetura da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

O caso aconteceu na manhã de quinta-feira (12) na Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, em frente à Universidade Positivo (UP).

Um dos motoristas foi preso em flagrante. O outro fugiu sem prestar socorro e se apresentou à polícia horas depois.

Gravidade das condutas
Os motoristas são Fernando Rocha Fabiane e Nicholas Henrique Castro. Eles têm 27 e 22 anos, respectivamente. Foi o carro de Fernando, segundo a Justiça, que atingiu Caroline.

“Converto a prisão em flagrante do autuado Fernando Rocha Fabiane e Nicholas Henrique Castro em preventiva, para fins de garantia da ordem pública”, afirmou o juiz na decisão. O juiz ainda disse que eles representem risco à ordem pública devido a gravidade das condutas dos dois.

De acordo com a decisão, Fernando ficou em silêncio no depoimento. Nicholas negou participar do racha e disse nem conhecer Fernando.

Os dois devem responder por homicídio doloso, que é quando há a intenção de matar, e de disputa de competição automobilística sem autorização – conhecida como racha. Nicholas também responderá por ter fugido do local

Luto
O corpo de Caroline foi enterrado na sexta (13) no Cemitério Municipal do Boqueirão.

Na quinta-feira à noite, houve um protesto por causa da morte de Caroline. Pneus foram queimados e a Rua Pedro Viriato Parigot de Souza ficou parcialmente bloqueada.

Em luto, a UTFPR cancelou as aulas do curso de arquitetura na quinta e na sexta-feira.

O que dizem as defesas dos atropeladores?
A advogada Thaise Mattar Assad, que defende Fernando, disse que o cliente chamou o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), ficou no local e que ele está colaborando com a investigação.

Renato Andrade, advogado do Nicholas, afirmou que vai se manifestar apenas nos autos do processo.

O que diz o advogado da família da vítima?
O advogado Jeffrey Chiquini, representante da família de Caroline, afirmou que a decisão da Justiça foi acertada.

“Em defesa da sociedade e em defesa na segurança do trânsito, acertadamente manteve a restrição cautelar da liberdade de ambos os autores da morte de Caroline”, disse o advogado.

Fonte: G1