Correio dos Campos

Bebê com suspeita de agressão morre após coma: ‘não vai ficar impune’, diz avó

15 de março de 2020 às 08:45
Emilly Valentinna, de 7 meses,pode ter sido vítima de maus-tratos (Foto: Reprodução/Facebook)

A bebê de sete meses, que entrou em estado de coma após ter sido agredida, morreu na quinta-feira (12). O G1 conversou com a avó materna da criança e, em entrevista, ela pede Justiça pelo que aconteceu com a neta. A Polícia Civil está investigando o caso que foi registrado como violência doméstica e lesão corporal. O principal suspeito é o padrasto da criança.

Emilly Valentinna Andrade foi internada no último sábado (7) no Hospital Irmã Dulce em Praia Grande, no litoral de São Paulo, com diversos hematomas e suspeita de traumatismo craniano. Cinco dias após a internação, a menina não resistiu. O padastro é o suspeito de ter cometido a agressão.

A avó, Sandra Regina de Andrade, lembra que o jovem de 22 anos chegou na casa dela com a menina já desmaiada nos braços. “Ele bateu aqui na porta de casa e começou a chamar pelo meu outro filho. Quando saí, ele estava com a menina desacordada nos braços. Eu perguntei o que tinha acontecido, mas ele disse só que ela tinha desmaiado”, conta.

A família mora na cidade de Itanhaém e Emilly Valentinna foi encaminhada, primeiramente, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Peruíbe, cidade vizinha. No local, o padrasto informou que a menina tinha se engasgado com a mamadeira. Durante o atendimento, a avó conta que o médico afirmou que a bebê tinha levado uma pancada na cabeça.

“Eles constataram que ela levou uma pancada, o cérebro já não respondia. Foi aí que chamaram o Conselho Tutelar e a Polícia Militar. Entubaram a minha neta e levaram para o Hospital Irmã Dulce. Ela já foi pra lá com traumatismo craniano”, diz Sandra.

Para a avó, não há dúvidas de que o padrasto agrediu a menina. Segundo ela, a mãe, de 21 anos, trabalhava durante o dia e ele costumava ficar com a bebê, mas a família afirma que nunca percebeu sinais de agressão.

O corpo de Emilly Valentinna foi sepultado na tarde desta sexta-feira (13), no cemitério de Peruíbe. “Ele só fazia isso quando a minha filha não estava em casa, não percebemos nada. Eu quero Justiça. Não vou sossegar enquanto ele não estiver preso. Não foi acidente, ele já entrou em contradição três vezes no depoimento. Pela gravidade, foi como se ele tivesse jogado ela no chão. Tirou a vida de uma criança inocente e isso não vai ficar impune”, declarou.

Investigação
O caso foi registrado na Delegacia Sede de Peruíbe e a equipe de investigação do delegado Marcos Roberto da Silva acompanha o caso. O padrasto, assim que soube da denúncia, compareceu à delegacia espontaneamente para prestar depoimento.

Na UPA, ele alegou que a criança havia se engasgado com a mamadeira, de acordo com a Polícia Militar. Já para a Polícia Civil, o padrasto disse que a bebê caiu.

Além do suspeito, diversas pessoas já foram ouvidas e o caso continua sob investigação.

Fonte: G1