Correio dos Campos

Suspeito de esquartejar mulher e estuprar jovens no RJ é preso no ES e usava nome falso em nova relação

Soropotivo, Gutemberg Xavier Alves também é suspeito de transmitir HIV para as vítimas. Partes do corpo de Franciane Moises Pedro, de 27 anos, foram carregadas em sacolas com ajuda de um adolescente com transtorno mental, que disse ter sido enganado pelo suspeito.
10 de março de 2020 às 09:09
Gutemberg Xavier Alves foi preso por agentes da Polícia Civil do Espírito Santo na cidade de Domingos Martins — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Foi preso nesta segunda-feira (9), na cidade de Domingos Martins, no Espírito Santo, o homem que estava foragido por ser o principal suspeito de matar, esquartejar e queimar a ex-companheira Franciane Moizes Pedro, de 27 anos, em Miracema, no Noroeste Fluminense, além de estuprar várias adolescentes e transmitir HIV.

A Polícia Civil do ES disse que Gutemberg Xavier Alves estava em um novo relacionamento usando nome falso.

“Mostra-se que ele tem uma personalidade perversa. Uma espécie de serial killer. Com perversidade porque ele mata com requintes de crueldade. Transmite a Aids para as pessoas com consciência. Ele é um perpetrador de altíssima periculosidade”, disse o Delegado-geral da Polícia Civil do ES, José Darcy Arruda.

O corpo da vítima foi carregado em sacolas com a ajuda de um adolescente com transtorno mental, que disse ter sido enganado pelo suspeito acreditando se tratar de um cachorro morto, segundo a polícia.

Gutemberg foi encontrado após uma denúncia anônima feita à Polícia Civil do Espírito Santo. A denúncia informava que o suspeito estava escondido em uma casa próximo a uma creche no Centro da cidade capixaba.

A polícia informou ainda que amigos disseram em depoimento que a vítima contou antes de ser morta que Gutemberg a obrigava a comer fezes. A vítima também era obrigada a assistir vídeos do ex-companheiro fazendo sexo com outras mulheres.

Segundo a Polícia Civil, após a prisão, Gutemberg assumiu ser a pessoa que estava sendo procurada pela polícia do Rio de Janeiro. A prisão foi em cumprimento a uma mandado de prisão temporária expedido pelo Juízo da Comarca de Miracema.

De acordo com o delegado de Miracema, Gésner Bruno, o inquérito está concluído.

“Agora vamos acrescentar as informações colhidas pela polícia do Espírito Santo e enviar para a Justiça o pedido de conversão da prisão temporária para preventiva. O acusado usou do direito de permanecer em silêncio”, afimou o delegado.

Relembre o caso

De acordo com a polícia, Franciane foi morta em setembro do ano passado. A família só denunciou o desaparecimento da vítima na 137ª Delegacia de Polícia no início de outubro, cerca de 40 dias depois do desaparecimento.

A polícia chegou a fazer uma escavação no quintal da casa da vítima e encontrou um pano com marcas de sangue e mau cheiro, além de um fio de aplique de cabelo há 1,20 m de profundidade. O material foi encaminhado para a perícia.

Quando Franciane estava desaparecida, o companheiro dela chegou a ser ouvido e teve o carro examinado pela perícia. A polícia diz que a ação foi o que motivou o suspeito a desenterrar o corpo do quintal de casa e levar para outro local.

Ainda segundo a polícia, o corpo dela foi desenterrado de área cimentada no quintal de casa, cortado em partes e distribuído em cinco sacolas para ser escondido na zona rural de Palma (MG), que faz divisa com Miracema.

Ajuda para carregar partes do corpo

De acordo com a Polícia Civil, um homem com transtorno mental foi enganado e carregou pelo menos uma sacola com partes do corpo da vítima pensando se tratar de um cachorro morto.

Em depoimento, o homem disse à polícia que carregou a sacola a pedido de Gutemberg Xavier Alves.

Imagens mostram o momento em que o rapaz sai da casa dela com uma sacola azul nas mãos acompanhado de Gutemberg. Logo depois, ambos entram em uma garagem.

Fonte: G1