Correio dos Campos

Pedreiro que não consegue terapia contra câncer por plano de saúde mesmo com liminar inicia tratamento pelo SUS

7 de março de 2020 às 08:03
Sem atendimento pelo plano de saúde, Osmar faz primeira sessão de quimioterapia pelo SUS (Foto: Arquivo pessoal)

Sem conseguir fazer o tratamento para um câncer no reto por meio do plano de saúde mesmo com uma decisão liminar da Justiça, o pedreiro Osmar Souza Noleto, de 59 anos, passou pela primeira sessão de quimioterapia via Sistema Único de Saúde (SUS). A família está aliviada, mas segue com o processo para tentar agilizar o atendimento, uma vez que paga pelo serviço particular.

Em nota enviada na terça-feira (3), a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), que representa planos de saúde, explicou que respeita os prazos de carência estabelecidos em lei e que o período de 180 dias para tratamentos como quimioterapia e exames complexos segue as regras do contrato assinado entre paciente e plano.

Filho do pedreiro, o operador de subestação Marcos Antônio Tavares de Souza disse que uma pessoa ligada ao plano de saúde entrou em contato com ele no início da tarde desta sexta-feira e agendou uma reunião com a família para a próxima segunda-feira (9), para conversar sobre o tratamento. Porém, conforme o próprio, nenhuma definição foi dada.

“Pediram para a gente ir lá. Não falaram hora nenhuma que o tratamento estava liberado”, afirmou.

Início do tratamento
A primeira sessão ocorreu na última terça-feira (3), no Hospital das Clínicas, em Goiânia. Outras cinco sessões estão previstas, todas agendadas pela rede pública. Apesar disso, Osmar ainda está chateado com a situação.

“É muita revolta. É uma coisa que a gente tem direito. A gente paga e não tem acesso”, desabafa. Ele ressalta que está sentindo os efeitos do tratamento, que vai se estender pelos próximos meses. “Passei mal, vomitei muito, mas graças a Deus eu melhorei. Agora estou sentindo dores, mas acho que é normal. Estou ruim para comer”, reclama.

Após a quimioterapia, o pedreiro deve passar por uma avaliação para deliberar sobre a necessidade de uma cirurgia.

Como não consegue trabalhar por causa da doença, todas as despesas de Osmar estão sendo custeadas pelo filho dele, com quem o pedreiro está morando. Inclusive, ele quem paga os R$ 564 referentes à mensalidade do plano de saúde.

Fonte: G1