Correio dos Campos

Donos de empresa investigada por direcionamento em edital do Detran-PR são alvo de operação do Gaeco

7 de março de 2020 às 06:42
Gaeco cumpre mandados de busca e apreensão nas casas de donos e gerentes da Infosolo, em Brasília. (Foto: Pedro Reis/TV Globo)

Proprietários da empresa Infosolo foram alvo, na manhã desta sexta-feira (6), da segunda fase da Operação Taxa Alta, que investiga direcionamento em um edital do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) para credenciamento de empresas para o registro de financiamento de veículos.

Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 12ª Vara Criminal de Curitiba e cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR) em endereços de Brasília, onde fica a sede da empresa.

A defesa da Infosolo afirmou que “nenhum ato ilegal foi realizado no processo”. Segundo o Gaeco, foram cumpridos seis mandados nas casas dos proprietários e de gerentes da empresa.

O MP-PR informou que foram feitas buscas por documentos, computadores, notebooks e celulares que possam auxiliar nas investigações.

Em novembro de 2019, o ex-diretor-geral do Detran-PR, Marcelo Panizzi, e quatro ex-servidores foram presos temporariamente na primeira fase da operação.

A fraude
Segundo as investigações do Gaeco, o processo de credenciamento das empresas para o registro de financiamento foi manipulado para beneficiar uma das vencedoras – a Infosolo.

De acordo com o MP-PR, a empresa beneficiada faturou, entre novembro de 2018 e junho de 2019, cerca de R$ 77 milhões.

O MP informou que a empresa realizou o pedido de credenciamento para o serviço 24 horas após a publicação do edital, e praticamente monopolizou a atividade por um período. Segundo o MP-PR, antes do credenciamento investigado, o preço cobrado pelo serviço passou era de R$ 150, e depois do contrato com a Infosolo passou a ser de R$ 350.

O que dizem os citados
O advogado Daniel Gerber, que defende a Infosolo, afirmou que nenhum ato ilegal foi realizado no processo de credenciamento junto ao Detran.

A defesa afirmou que a empresa “sempre pautou sua atuação pela transparência e rígidos princípios de ética e correção” e que prestou esclarecimentos e disponibilizou informações e documentos ao MP-PR “com absoluta tranquilidade”.

O Detran-PR informou que não vai se pronunciar sobre a operação.

Os advogados Rolf Koerner e Ygor Salmen, que defendem o ex-diretor-geral do Detran Marcello Panizzi, informaram que ele “continua à disposição para esclarecimento dos fatos e que o Poder Judiciário vai reconhecer a inocência do ex-diretor”.

Fonte: G1