Correio dos Campos

Coronavírus afeta produção de celulares e LG dá férias coletivas na fábrica em Taubaté

Parte dos funcionários do setor de celulares ficará afastado do trabalho por 10 dias, segundo Sindicato dos Metalúrgicos. Surto da doença impactou importações e causou desabastecimento de peças.
2 de março de 2020 às 09:16
Fábrica da LG Eletronics em Taubaté, SP — Foto: Fábio França/G1

O avanço dos casos de coronavírus causa reflexos econômicos e afeta empresas na região. A partir desta segunda-feira (2), cerca de 200 funcionários da fábrica da LG Eletronics em Taubaté (SP) entram em férias coletivas por causa da falta de peças para produção de celulares.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, a medida afeta parte dos funcionários do setor, que ficarão afastados por cerca de 10 dias por falta de componentes para produção. As peças são de origem chinesa e as fabricantes não estão funcionando devido à epidemia da doença no país oriental.

A epidemia do novo coronavírus já deixou mais de 2 mil mortos no mundo. A China registrou quase 80 mil casos do vírus desde o início do surto. Ele se espalhou para mais de 50 países, mas a grande maioria das infecções e mortes ocorre na China, onde o vírus surgiu no final do ano passado.

O Brasil tem dois casos confirmados, 252 suspeitos e nenhum óbito, segundo o Ministério da Saúde.

A LG Eletronics tem cerca de mil funcionários na fábrica no Vale do Paraíba. Na unidade, são produzidos celulares e monitores.

Procurada pelo G1, a LG manteve o posicionamento enviado no início de fevereiro em que “considera um risco potencial de parada na produção, no mês de março, em sua unidade fabril de celulares, localizada em Taubaté”. A empresa informou ainda que monitora a situação com o objetivo de minimizar os impactos para os clientes e colaboradores.

Montadoras

Ainda sem sofrer impactos na produção pelo coronavírus, as montadoras com fábricas no Vale do Paraíba adotaram medidas de prevenção e orientação aos funcionários.

Na GM, um comunicado interno foi divulgado com orientações sobre medidas preventivas contra o coronavírus. No documento, a empresa proíbe viagens de funcionários para a China, Coréia do Sul, Itália e Japão e determinou que todas as viagens internacionais precisam ser aprovadas por um comitê interno.

Além disso, a GM pede que viagens a lazer para países com epidemia do vírus sejam informadas ao departamento médico da empresa, mesmo que o colaborador não apresente sintomas de gripe. O aviso vale também para funcionários de fábricas terceirizadas.

A Volkswagen informou que orientou todos os empregados a adiar viagens para locais com maior incidência de casos da doença. Além disso, antes de viajar os colaboradores passam por avaliação médica e recebem orientações sobre o vírus e encaminhamento para vacinação contra influenza.

Ainda segundo a Volks, que tem fábrica em Taubaté, trabalhadores que estiverem retornando de viagens de países que estão com epidemia do vírus, estão sendo direcionados a trabalhar em sistema home office (trabalho feito de casa) por duas semanas.

Na Chery, que tem fábrica em Jacareí, um comitê interno foi montado pela montadora chinesa para lidar com a situação. Também foi instituída uma quarentena particular para que funcionários que chegaram da China esperem até que seja atestado que nenhum deles apresenta sintomas da doença.

“A Caoa Chery reforça que todas as medidas preventivas necessárias foram tomadas, seguindo as orientações do Ministério da Saúde com o apoio da Vigilância Sanitária de São José dos Campos. A empresa ressalta também que não há no grupo casos suspeitos de infecção por coronavírus”, diz a nota.

Fonte: G1