Correio dos Campos

Pais que arrecadaram R$ 650 mil para filho andar voltam dos Estados Unidos: ‘É sonho ver ele andando’

Casal procurou tratamento no Brasil para Paulo Vítor, mas tratamentos eram paliativos ou inadequados. Entre maio e junho, a criança voltará aos Estados Unidos para reavaliação
29 de fevereiro de 2020 às 08:39
Paulo Vítor volta a andar após cirurgia nos Estados Unidos. (Reprodução/TV Anhanguera)

O casal de professores Vitor Resende e Sandra Pantaleão voltaram dos Estados Unidos na quinta-feira (27), onde o filho, Paulo Vítor, fez uma cirurgia na perna a fim de poder andar. Durante quase dois anos, o casal arrecadou o valor do procedimento cirúrgico, de R$ 650 mil, com vendas de rifas e vaquinhas.

No retorno ao Brasil, o pai falou à TV Anhanguera sobre a emoção de ver o filho, de 2 anos, andando pela primeira vez: “É um sonho ver ele andando assim”. O vídeo no estúdio da TV mostra a criança andando sozinha, apenas com o fixador de ossos na perna (veja acima).

A criança nasceu com hemimelia fibular bilateral, descoberta na 24ª semana de gravidez. A malformação consiste na ausência da fíbula, um osso longo e fino da perna. Ele é responsável pela estabilidade, postura e marcha correta. Sem o osso, a capacidade de andar fica comprometida.

O pai disse que Paulo Vítor completou 2 anos no dia 7 de fevereiro deste ano e começou a andar sozinho no dia seguinte. Mas em dezembro passado, ele já começou a dar os primeiros passos com a ajuda de um andador, ainda nos Estados Unidos.

A criança passou por uma avaliação médica para ser liberada a voltar ao país. O último exame de raio-x mostrou que a cirurgia conseguiu estimular o nascimento do osso. “É a nossa felicidade e alegria ver ele andando assim e agradecemos pela corrente que se formou em torno dele”, diz a mãe.

Pés do bebê Paulo Vitor, de Goiânia, que passou por cirurgia para corrigir malformação óssea e poder andar. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Os médicos falaram que o osso dele está muito bom e que um novo osso vai crescer e cobrir o espaço que ficou. Não tenho palavras para expressar o que eu senti na hora da última consulta”, conta Sandra Pantaleão.

A liberação médica seria concedida caso a criança conseguisse desenvolver 5 cm de osso após a cirurgia, o que exatamente foi alcançado pela criança. Os pais precisam enviar ao médico norte-americano um raio-x por mês, até o retorno de avaliação entre maio e junho deste ano.

A mãe conta que o médico deve retirar o aparelho de metal das pernas, um fixador de ossos, de Paulo Vítor no retorno a consulta de reavaliação. “A partir daí, ele vai andar por ele mesmo”, explica.

O casal chegou a procurar tratamento no Brasil, mas todas as possibilidades pesquisadas eram paliativas ou não adequadas ao tamanho do bebê. Médicos consultados pela família apontaram então o Instituto Paley, na Flórida, como referência na área.