O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quinta-feira (6) que a campanha contra a gripe deste ano deve começar em março – um mês antes do que no ano anterior, quando teve início em abril.
De acordo com Mandetta, a antecipação já estava prevista antes mesmo de o surto de coronavírus surgir no mundo. Entretanto, a imunização pode ajudar a descartar casos suspeitos – uma vez que os sintomas das duas doenças são parecidos –, e a evitar que os serviços de saúde fiquem sobrecarregados de pacientes com sintomas respiratórios.
“A vacina confere grau de imunidade. Se você tomou a vacina, você tem alguns vírus que estão no componente dessa vacina e vão alcançar 95, 97, 98% de não ser [infectado] porque estavam na vacina. Isso ajuda o profissional de saúde”, afirmou Mandetta.
A declaração foi dada durante a 1ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite 2020, com secretários de Saúde dos Estados e capitais de todo o país para discutir estratégias de um plano de contingência caso o coronavírus chegue ao Brasil.
Na quarta (5), o Ministério da Saúde afirmou que estima investir R$ 140 milhões em recursos para adquirir insumos no enfrentamento ao coronavírus, como a compra de máscaras cirúrgicas, luvas, materiais reagentes, entre outros.
A campanha de vacinação da gripe começará em março e terminará em abril. Em 2019, a campanha começou em 10 de abril e terminou em 31 de maio. O objetivo era imunizar 58,6 milhões de pessoas.
A vacina contra a gripe contém uma composição que varia a cada ano, de acordo com os vírus mais frequentes. Em 2019, ela estava continha vírus Influenza A H1N1, Influenza A H3N2 e um Influenza B.
Ainda assim 796 pessoas morreram e 3.430 foram infectados em 2019 somente com o H1N1. Ou seja, este vírus da gripe matou 23,2% dos pacientes internados no Brasil com sintomas, ou 23 a cada 100 doentes. Até agora, o coronavírus matou cerca de 2% dos pacientes internados com a infecção.
O ministro da Saúde também alertou para a campanha de vacinação contra o sarampo. Neste ano, ela começa em 10 de fevereiro e termina em 3 de março. O público alvo será crianças e adolescentes de 5 a 19 anos. A segunda etapa deverá ocorrer de 3 a 31 de agosto, com público alvo de 30 a 59 anos.
O ministro da Saúde afirmou que o Brasil ainda passa por um período de planejamento preventivo contra o coronavírus, uma vez que nenhum caso foi confirmado em território nacional. Até a manhã desta quinta, havia 9 casos suspeitos em investigação.
Ele afirmou também que os estados deverão apresentar um plano de contingenciamento atualizado contra o coronavírus até a próxima segunda-feira (10).
“Ainda estamos num período que possa fazer planejamento, desenhar cenários e planejar. Cada estado vai ter que fazer um reunião desse formato com as cidades para construir cada uma a sua lógica”, disse.
“O plano cabe aos estados e municípios, o diálogo que fazemos é para dar mais respaldo. A gente espera receber até segunda-feira os planos de contingenciamento por estados. Vamos recepcionar e fazer eventuais críticas respeitando a organização dentro da estrutura orgânica dentro do ‘modus operandis’ do SUS”, complementou.
Fonte: G1