Correio dos Campos

Jovem que venceu a leucemia decide virar médica para cuidar das pessoas

12 de dezembro de 2019 às 11:30
(foto: Arquivo Pessoal)

Quando tinha 18 anos de idade, Marina Aguiar foi submetida a um tratamento contra a leucemia.

Inspirada pela equipe médica que a acompanhou durante todo o tratamento, Marina decidiu que iria cursar Medicina.

“Percebi a importância de médicos que acreditem na recuperação dos pacientes. Isso me motivou a querer ajudar pessoas que vivem algo semelhante ao que enfrentei”, disse ela à BBC News Brasil.

Hoje, aos 31 anos, Marina dedica grande parte de seus dias ao cuidado de pacientes que lutam contra a leucemia em um hospital de Brasília (DF).

O caminho até o diploma foi tortuoso. Ela abandonou o curso de Odontologia e enfrentou a desconfiança dos parentes, preocupados com os obstáculos que a jovem teria que superar na faculdade de Medicina.

Na época, o tratamento demorou para apresentar resultados, não havia doadores compatíveis de medula óssea e um médico pessimista do hospital não acreditava que ela sobreviveria.

“Fiquei triste muitas vezes. Mas sempre tentava acreditar que tudo daria certo em algum momento”, diz.

Camila considera que o diploma de Medicina, conquistado em 2013, é a sua maior vitória contra a leucemia, derrotada há cerca de dez anos.

Desde então ela fez uma especialização em hematologia (estudo do sangue) e uma especialização em transplante. “Fui a primeira residente em hematologia no HCG (Hospital do Câncer de Goiás), o mesmo lugar onde fiz o tratamento contra a leucemia. Foi muito importante para mim trabalhar ali. No começo, os médicos tinham receio e pensavam que poderia me prejudicar emocionalmente, por eu ter me tratado ali. Mas eu sempre disse que tinha certeza de que queria ficar ali”, diz.

“Trabalhei no HCG por dois anos, durante a minha residência. Deu tudo certo. Muitos funcionários, que me acompanharam como paciente, ficaram felizes em me ver como médica”, relata.

A expectativa da médica é fazer o seu primeiro transplante de medula óssea até o início de 2020. “Sempre quero dar o meu máximo para poder ajudar. Sei que nem todas as vezes vai ser possível, mas sempre quero ter a certeza de que fiz tudo o que pude”, conclui.