Correio dos Campos

Vizinha de casal suspeito de agredir filho adotivo diz que tentou buscar ajuda no Conselho Tutelar

10 de dezembro de 2019 às 07:50
Menino está internado na UTI do Hospital Evangélico de Londrina (Foto: Reprodução/Facebook do Hospital Evangélico de Londrina)

Uma vizinha do casal preso suspeito de agredir o filho adotivo, em Londrina, no norte do Paraná, disse que tentou buscar ajuda no Conselho Tutelar, mas que não obteve resultados.

A criança, que tem 8 anos, está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Evangélico em estado grave. Os dois foram presos após o hospital acionar o Conselho Tutelar no domingo (8).

A vizinha, que não foi identificada, disse que procurou pelo Conselho Tutelar no dia 12 de novembro, mas que nada foi feito.

“A gente infelizmente é falha e espera acontecer para fazer essa denúncia. Bem que eu tentei ir no Conselho Tutelar, mas não obtive resultados”, disse.

A mulher disse ainda que escutava xingamentos e tapas na residência. Ela contou também que pensou em chamar a polícia algumas vezes.

“Eu ouvia gritando: ‘vou te devolver, vou te devolver’. Escutava alguns tapas. Às vezes a gente subia ali no muro e dava uns murros para parar. Aí eu falava: ‘vamos ligar para polícia, será que é essa criança mesmo?”, relatou.

O Conselho Tutelar disse que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) está a frente do caso, e por isso não irá se manifestar.

Já o MP-PR disse que não irá se pronunciar sobre o assunto, já que o caso corre em segredo de Justiça.

O caso
A criança foi adotada há dois meses pelo casal e veio do Mato Grosso do Sul. Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O.), o Conselho Tutelar recebeu uma ligação do Hospital Evangélico informando que uma criança que estava sendo atendida no pronto-socorro possivelmente tinha sido agredida.

Ainda conforme o B.O, o menino tinha “marcas severas de agressão física, com indícios de tortura”. A Polícia Militar (PM) foi acionada na sequência.

Um médico pediatra relatou à polícia que os pais adotivos disseram que deram “umas chineladas e palmadas”, que seriam corretivo.

Em depoimento à Polícia Civil, o casal disse que bateu no menino com chinelo e uma vara de plástico na noite de sábado (7). O pai disse que os dois estavam “de cabeça quente”, que o objetivo não era machucar, mas “disciplinar”.

O casal contou também que conversaram com a criança sobre o ocorrido no dia seguinte. Mais tarde, o menino passou mal e teve uma crise convulsiva, o que levou os dois a procurarem por ajuda médica, segundo relatou o pai no depoimento.

O que diz a defesa
Os dois suspeitos tiveram as prisões convertidas em preventivas após uma audiência realizada nesta segunda-feira (9).

O advogado do casal afirma que o pai e a mãe do garoto assumiram ter batido no filho com chinelo e com uma vara, mas negaram o espancamento. Segundo a defesa, a criança mordeu o dedo da mãe, e isso teria provocado as agressões.

 

Fonte: G1 Paraná