Vizinha de casal suspeito de agredir filho adotivo diz que tentou buscar ajuda no Conselho Tutelar
Uma vizinha do casal preso suspeito de agredir o filho adotivo, em Londrina, no norte do Paraná, disse que tentou buscar ajuda no Conselho Tutelar, mas que não obteve resultados.
A criança, que tem 8 anos, está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Evangélico em estado grave. Os dois foram presos após o hospital acionar o Conselho Tutelar no domingo (8).
A vizinha, que não foi identificada, disse que procurou pelo Conselho Tutelar no dia 12 de novembro, mas que nada foi feito.
“A gente infelizmente é falha e espera acontecer para fazer essa denúncia. Bem que eu tentei ir no Conselho Tutelar, mas não obtive resultados”, disse.
A mulher disse ainda que escutava xingamentos e tapas na residência. Ela contou também que pensou em chamar a polícia algumas vezes.
“Eu ouvia gritando: ‘vou te devolver, vou te devolver’. Escutava alguns tapas. Às vezes a gente subia ali no muro e dava uns murros para parar. Aí eu falava: ‘vamos ligar para polícia, será que é essa criança mesmo?”, relatou.
O Conselho Tutelar disse que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) está a frente do caso, e por isso não irá se manifestar.
Já o MP-PR disse que não irá se pronunciar sobre o assunto, já que o caso corre em segredo de Justiça.
O caso
A criança foi adotada há dois meses pelo casal e veio do Mato Grosso do Sul. Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O.), o Conselho Tutelar recebeu uma ligação do Hospital Evangélico informando que uma criança que estava sendo atendida no pronto-socorro possivelmente tinha sido agredida.
Ainda conforme o B.O, o menino tinha “marcas severas de agressão física, com indícios de tortura”. A Polícia Militar (PM) foi acionada na sequência.
Um médico pediatra relatou à polícia que os pais adotivos disseram que deram “umas chineladas e palmadas”, que seriam corretivo.
Em depoimento à Polícia Civil, o casal disse que bateu no menino com chinelo e uma vara de plástico na noite de sábado (7). O pai disse que os dois estavam “de cabeça quente”, que o objetivo não era machucar, mas “disciplinar”.
O casal contou também que conversaram com a criança sobre o ocorrido no dia seguinte. Mais tarde, o menino passou mal e teve uma crise convulsiva, o que levou os dois a procurarem por ajuda médica, segundo relatou o pai no depoimento.
O que diz a defesa
Os dois suspeitos tiveram as prisões convertidas em preventivas após uma audiência realizada nesta segunda-feira (9).
O advogado do casal afirma que o pai e a mãe do garoto assumiram ter batido no filho com chinelo e com uma vara, mas negaram o espancamento. Segundo a defesa, a criança mordeu o dedo da mãe, e isso teria provocado as agressões.
Fonte: G1 Paraná