Projeto Fachadas e Platibandas – Outros Olhares para o Patrimônio – valoriza a arquitetura do litoral paranaense

COM ASSESSORIAS – O projeto Fachadas e Platibandas – Outros Olhares para o Patrimônio tem como objetivo documentar e valorizar o patrimônio edificado dos municípios de Morretes, Antonina e Guaraqueçaba, no litoral do Paraná. O processo de registro começou em julho, com a atividade fotográfica de Marcela Bettega, no município de Morretes. A iniciativa é financiada pela Lei Paulo Gustavo, por meio do Edital Multiáreas. A proposta é executada por meio de pesquisa, inventário e registro fotográfico das construções, reconhecendo cada fachada como um elemento capaz de revelar a identidade visual de cada cidade. A produção tem o apoio de Inspire Projetos Criativos, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Museu de Ciências Naturais (MCN).
A equipe, que conhece de perto o litoral paranaense e suas expressões, realiza um conjunto de ações com o objetivo documentar, interpretar e divulgar o patrimônio edificado, com foco nas fachadas com platibandas ornamentadas. Com inspiração no livro “Pinturas e Platibandas”, da fotógrafa Anna Mariani, a iniciativa aposta na fotografia como ferramenta de preservação e expressão.
A artista visual, Rute Yumie, idealizou a logomarca do projeto e atuou como curadora no Inventário de Fachadas do Centro de Ponta Grossa em 2024. “Acompanhei a divulgação dos resultados e ali percebi que outras pessoas também tiveram seu olhar modificado”, conta. Para Yumie, se o projeto alcançar resultados semelhantes ao de Ponta Grossa, o efeito já será significativo.
A arquiteta da equipe realizadora, Luiza Dittert, explica que as edificações têm como função primordial ser abrigo e espaço para expressão de identidade, contudo a cada novo uso, a reforma modifica os traços originários e descaracteriza a época de sua construção. “Com o registro conseguimos “congelar” a mensagem que o edifício nos passa, mostrando o seu contexto na dinâmica social do território e tornando memorável o que pode ser passageiro.”, argumenta.
De acordo com a curadora do projeto, Adriana Alves, por muito tempo a valorização dos bens culturais esteve concentrada em grandes feitos e monumentos de forte impacto visual e histórico. A proposta do Fachadas e Platibandas é ampliar esse olhar: “O patrimônio cultural também está presente no cotidiano, nas fachadas que compõem a paisagem urbana e refletem a riqueza da arquitetura popular brasileira, especialmente em diversas cidades do Paraná.”, defende.
Outras ações
O projeto também assume o compromisso de ampliar o acesso à cultura e à memória arquitetônica por meio de ações educativas e acessíveis. Em parceria com a APADEVI – Associação de Pais e Amigos do Deficiente Visual –, serão realizadas exposições táteis, formações para equipes municipais e a produção de um audiolivro com a transcrição integral do inventário.
Entre os produtos previstos estão um inventário fotográfico digital, com imagens georreferenciadas e dados sobre os elementos patrimoniais, uma exposição física com 21 fotografias (sete por cidade), doadas a órgãos públicos locais; e atividades de mediação educativa e acessibilidade.
A expectativa é alcançar diretamente mais de 21 mil pessoas, incluindo 9.132 pessoas com deficiência visual, 9.011 alunos e moradores das cidades participantes e ao menos 3.000 acessos digitais.