Correio dos Campos

Festa do Divino atrai devotos da região

Devoção cresce e já existe em nove comunidades
11 de junho de 2019 às 10:15
A concentração foi na Casa do Divino, fundada em 1882. (AssCom Diocese de Ponta Grossa)

COM ASSESSORIAS – A Festa do Divino, realizada no domingo (9), em Ponta Grossa, tem atraído cada vez mais devotos. Este ano, além de fieis das sete comunidades onde o Espírito Santo é especialmente cultuado, vieram devotos de Palmeira (Arquidiocese de Curitiba), Teixeira Soares e Sengés (Diocese de Jacarezinho). A procissão com as bandeiras e a imagem do Divino saiu da Casa do Divino, na Rua Santos Dumondt, e percorreu as ruas centrais da cidade, até a Catedral Sant’Ana, acompanhada por um grupo de violeiros, gaiteiros e pandeiristas, vindos da localidade de Benfica, interior de Palmeira. Na catedral, a celebração foi aberta com cântico tradicional, entoado, de improviso, pelo bandeireiro Orlando Ribeiro Batista, coordenador do grupo.

“Não tem nome. Eu canto o primeiro verso e o grupo repete. Tem que ser feito no improviso. Do momento. Se eu vejo uma imagem de Nossa Senhora eu vou cantar, louvando Nossa Senhora. Eles cantam muito nas ilhas portuguesas, na Ilha Terceira, Ilha Grande, na Ponte Alta, quando chegam para visitar as casas, com as bandeiras”, explicava Batista, que baseia as apresentações em materiais recebidos da Secretaria de Turismo e Cultura de Ponte Alta, em Portugal. O coordenador veio de Palmeira junto com mais 19 pessoas. São da Capela Divino Espírito Santo, comunidade de Benfica, que pertence à Paróquia Nossa Senhora Imaculada da Conceição. “Lá (em Palmeira), duas comunidades tem o Espírito Santo como padroeiro: Benfica e Rincão do Coxo”, contou, lembrando que, em Benfica, a devoção surgiu entre 1750 a 1760 e é mais antiga que a devoção à Imaculada Conceição, iniciada em 1819.

De acordo com Orlando Batista, o grupo de cantoria e de terno de reis conta com gente da comunidade e da cidade, que aderiu à tradição. Foi fundado ano passado. “Apesar do tempo da devoção, o Dia do Divino se resumia ao dia da festa: missa solene e alguns cantos do Divino, nem todos. Quando eu assumi a comunidade, em 2018, quis dinamizar para atrair mais pessoas para a devoção. Introduzi duas novidades: implantei um mastro para hastear a bandeira do Divino, durante a festa, e criei a visita das bandeiras às casas, o que não tinha”, detalhou, citando que a parceria com a Casa do Divino de Ponta Grossa começou ano passado. Soube, então, da reza do Terço do Divino, todas as segundas-feiras; teve acesso também a materiais, especialmente cânticos, e começou a participar das celebrações. “Estamos entrosados. Viemos este ano e ano passado participar da cerimônia do envio. O pessoal daqui vai pra nossa festa, que nem sempre é realizada em Pentecostes. Mas, em grupo é a primeira vez que participamos”, acrescentou o coordenador.

No domingo (1º), 24 devotos da comunidade de Benfica e mais 23 de Ponta Grossa foram a Sengés, à Paroquia São Pedro para o início da novena em preparação à Solenidade de Pentecostes. Ano passado, o grupo de Palmeira visitou 28 casas. Este ano, 44 famílias receberam a bandeira do Divino, na localidade e cidade. Em Ponta Grossa, visitaram a Casa do Divino e a Capela São Leopoldo, na Vila Cristina (Paróquia São Sebastião), além de cantarem e rezarem junto a famílias de Campo Largo e Curitiba. A coordenadora da Casa do Divino, Lídia Hoffman Chaves, diz que não imaginava que a devoção fosse crescer tanto.”É muito compensador. Se centralizava aqui na Casa do Divino. Hoje, tem em sete comunidades. O apoio da Igreja e a visão de todos que temos de caminhar juntos é muito importante. O apoio do bispo, das comunidades, dos sacerdotes”, enfatizou. A devoção é cultuada no Núcleo Pimentel, Santa Paula, Vila Cipa, Santo Antônio, Parque Tarobá e Vila Cristina.