Correio dos Campos

Integrantes de 16 dioceses avaliam a formação de padres

1 de fevereiro de 2018 às 13:31

COM ASSESSORIAS – Terminaria hoje (1º) com um almoço o 37º Encontro da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) do Regional Sul II. Mais de 40 padres e seminaristas de todas as arquidioceses e dioceses do Paraná estão em Ponta Grossa desde a segunda-feira, nesta que é a reunião anual dos padres formadores e que, no Estado, reúne também representantes dos formandos. Depois de passar a semana no Centro de Espiritualidade Passionista São Paulo da Cruz (Cepa) refletindo sobre diferentes temas ligados a formação dos futuros padres, o grupo, nesta quarta-feira, esteve conhecendo a Catedral Sant’Ana e na Casa Diocesana de Evangelização da Juventude João Paulo II, a Icthus.

De acordo com o padre Wilson Moraes, reitor do Seminário Propedêutico Mãe da Divina Graça, de Carambeí, os sacerdotes formadores integram no Paraná a Organização dos Seminários e Institutos do Brasil, instrumento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que ajuda a pensar sobre a formação dos futuros padres. “Todos os anos, o encontro propicia a reflexão, pelo intermédio de um assessor que fala sobre algum tema de formação e tiramos dali o subsídio para aplicação nas casas de formação”, comentou padre Wilson, lembrando que o assunto, este ano, foi a relação entre Igreja e Sociedade abordado por Mário Sanches, especialista em Bioética e Teologia Moral. O palestrante também aprofundou o último documento do Papa Francisco sobre os estudos de Teologia e Filosofia, e, o Ratio Fundamentalis, o dom da vocação presbiteral, um documento que rege no mundo todo a formação dos padres. “Foi realizado um trabalho em grupo para ver o que desse documento, que saiu em 2016, pode ser aplicado e como”, detalhou o reitor. A dinâmica dos encontros inclui palestras, mas também trabalhos coletivos e partilhas. “Ficamos sabendo de alternativas que respondem a alguma dificuldade enfrentada e, com a troca de experiências, se adapta para a realidade diocesana para ver o que pode imediatamente ser trabalhada com os seminaristas”, explica.

E o trabalho da Diocese de Ponta Grossa chamou a atenção por conta de dois diferenciais, cita padre Wilson. O ano pastoral, que é feito pelos seminaristas depois do segundo ano de Teologia, e que muitas dioceses não têm e, algumas realizam, mas não parando o curso e, sim, no final dele, quase às vésperas da ordenação. A estrutura da formação no Propedêutico também é diferenciada. “Na maioria dos seminários se estuda uma espécie de pré-vestibular e há alguma atividade pastoral. Aqui, a proposta é de a comunidade estar inserida no seminário e os seminaristas inseridos nas comunidades não como pastoral, mas como presença. São conotações diferentes”, argumenta o reitor. Padre Ivan de Campos, pároco da Catedral Sant’Ana e vice-presidente da OSIB, ressalta que no entender dos formadores da Diocese de Ponta Grossa o ano pastoral não é tempo de dar, mas de receber; ver o povo. “É tempo de observação e não de atividade; de se dar conta das necessidades das diversas paróquias. (o seminarista) começa a introdução, no primeiro e no segundo ano, estudando mais a nível teórico. Vai a paróquia e volta para concluir o curso de interesse mudado o interesse, tendo já experimentado as necessidades do povo de Deus”.

O padre Luiz Fernando de Lima, que é ecônomo da Diocese de Jacarezinho, foi diretor de seminário durante oito anos, preside a OSIB. Para ele, a organização tem diferencial de congregar formadores e formandos desde o seu início no Paraná. “E uma de nossas conquistas é a participação de todas as dioceses nos encontros, conseguindo alcançar não a unidade plena, mas caminhos e critérios para a caminhada formativa”, ressaltou, afirmando que a visita a Icthus encerrou a tarde de estudos, onde o principal tema foi a descoberta de iniciativas concretas de formação e evangelização espalhadas pelo Estado. “Isso (a visita a Icthus) veio a acrescentar por ser um projeto inovador, de vanguarda, que usa de uma situação comum (tomar um lanche, conversar) e ser evangelizado e se tornar um evangelizador. Ir ao encontro das pessoas com cabeça, pés e mente em Jesus Cristo. Ponta Grossa tem sido sempre um espelho para nós, tanto é que padre Ivan é o vice-presidente da OSIB”, enalteceu.

16 arquidioceses e dioceses participaram do Encontro – Arquidioceses de Curitiba, Londrina, Cascavel e de Maringá e as dioceses de Ponta Grossa, Guarapuava, São José dos Pinhais, Cornélio Procópio, Apucarana, Jacarezinho, Francisco Beltrão/Palmas, Foz do Iguaçu, Toledo, Paranavaí, Campo Mourão e Umuarama. Faltaram representantes de União da Vitória e Paranaguá. Na Diocese de Ponta Grossa, a formação de padres envolve o Seminário Menor Mãe de Deus, de Irati, onde o reitor é o padre Hélio Guimarães; Propedêutico Mãe da Divina Graça, de Carambeí, dirigido pelo padre Wilson Moraes; Seminário Diocesano Filosófico São José e Seminário Maior de Teologia São João Maria Vianney, que tem como reitor padre Jaime Rossa e padre Marcelo do Carmo como diretor espiritual; o Instituto de Filosofia e Teologia Mater Eclesiae (IFITEME), dirigido pelo padre Claudemir Nascimento Leal, e, o Serviço de Animação Vocacional coordenado pelo padre Osvaldo Pinheiro. Quem preside o colégio formador é o bispo dom Sergio Arthur Braschi.