Arraiá do Parque Histórico valoriza tradições populares
COM ASSESSORIAS – Os meses de junho e julho são marcados pelas tradicionais festas caipiras que acontecem em todas as regiões do território brasileiro. Desde 2012, o museu Parque Histórico de Carambeí organiza o Arraiá do Parque com a finalidade de celebrar e promover essa tradicional festa da cultura popular nacional.
Historiadora e coordenadora cultural do Parque Histórico de Carambeí, Karen Barros conta que o evento, realizado anualmente, mantém viva a herança cultural, costumes e práticas locais. “Com as apresentações de danças, músicas, comidas típicas e outras atividades, proporcionamos ao público uma experiência cultural e regional. Nosso objetivo é celebrar as tradições populares e estimular o consumo da culinária típica caipira. Através desse festejo contribuímos para a manutenção da identidade cultural do país”.
A festa típica, no Brasil, é uma manifestação que carrega séculos de história, conta Lucas Kugler, historiador e coordenador do Núcleo Educativo do Parque Histórico. “De origem pagã na Europa, remontando ao solstício de verão, a festa chegou no Brasil no séc. XVI, através dos portugueses. Inicialmente chamada de Festa Joanina, em homenagem a São João, passou a ser chamada de Festa Junina, por ocorrer no mês de junho. Em solo brasileiro, cada particularidade das nossas regiões influenciou, principalmente na alimentação presente. A apesar das diferenças regionais, a festividade carrega uma tradição e um sentido universal à cultura brasileira”.
O Parque Histórico de Carambeí é uma instituição museal, tem o compromisso de salvaguardar esse patrimônio cultural, imaterial e material, transmitindo-o para as futuras gerações. A Lei n.º 14.555 de 25 de abril de 2023, reconheceu as Festas Juninas como manifestação da cultura nacional, o que torna legitima a comemoração realizada dentro do museu, com o Arraiá do Parque.
Kugler, argumenta que o memorial da imigração holandesa preserva a cultura popular brasileira com a realização do evento que está na 10.ª edição, evidencia o costume presente na região. “Além de ser um patrimônio nacional, principalmente por ser uma expressão cultural imaterial do nosso povo, podemos refletir. O Parque Histórico é um museu a céu aberto que hospeda esse festival. Um museu da imigração holandesa que carrega múltiplos sentidos e múltiplas formas de se estar no museu. O local não é só um espaço de guarda de memória, mas também de criação deste e de novos sentidos”.
O historiador levanta a questão, o Arraiá do Parque é um patrimônio imaterial de Carambeí como as Festas Juninas se tornaram manifestação da cultura brasileira? “A comunidade sempre é protagonista no reconhecimento de qual patrimônio a representa. Além da Festa Junina ser um patrimônio imaterial brasileiro, será que o Arraiá do Parque Histórico também não pode ser considerado um patrimônio imaterial de Carambeí? Ele é um local de reprodução de práticas culturais, onde a vida social, narrativas, sentidos e sentimentos de pertencimento, memória e identidade também são construídos, principalmente, através de festivais como o próprio Arraiá”, analisa Lucas.
A festividade é consolidada, na última edição reuniu mais de 7 mil pessoas, dos Campos Gerais e da região metropolitana de Curitiba. A Lei nº 14.555 protege e valoriza essas manifestações culturais, o museu tem o papel de difundi-la. “Ao promover o evento, incentivamos o envolvimento da comunidade local. Temos uma resposta positiva do público. O Arraiá do Parque se tornou uma tradição na região, atraindo não apenas os moradores locais, mas também visitantes de outras cidades. A valorização das tradições populares e caipiras desperta o interesse das pessoas, que encontram no evento uma oportunidade de vivenciar essa cultura de forma autêntica. O reconhecimento das festas juninas como manifestação da cultura nacional, por meio da recente lei, impacta o trabalho realizado pelo museu”, finaliza Barros.
Serviço:
No dia 8 de julho, das 14 às 22h, o museu Parque Histórico de Carambeí realizará o 10.º Arraiá do Parque e a entrada será gratuita. O evento é destaque na região dos Campos Gerais por preservar as tradições da cultura popular brasileira, com: apresentações de quadrilhas, música sertaneja de raiz caipira, brincadeiras, fogueira e cardápio típico de festa na roça.