Correio dos Campos

Sanepar aciona protocolo de gestão de crise para superar falta de água

Medidas diminuem impacto da estiagem severa, mas população deve manter uso racional. Entre as medidas estão o rodízio de fornecimento, aceleração e obras e aproveitamento de reservas
14 de maio de 2020 às 14:27
Rio Ivai entre as cidades de Floresta e Engenheiro Beltrao nesta terça-feira (12), segundo o Simepar, a seca histórica é resultado da chuva abaixo do esperado nos últimos três meses. (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

AEN/PR – A Sanepar está desenvolvendo uma série de medidas para reforçar a produção, a reservação e a distribuição de água e diminuir o impacto da estiagem severa que já dura vários meses no Paraná. São ações que fazem parte de um protocolo de gestão de crise, baseado em planejamento prévio, que prevê o início de cada processo de acordo com a demanda. O agravamento da estiagem no Paraná fez o Governo do Estado decretar situação de emergência hídrica por 180 dias.

Várias medidas já foram implementas e começaram a dar resultado, minimizando os efeitos da crise hídrica em áreas que estavam sofrendo com o abastecimento intermitente, principalmente, nos domicílios que não têm caixa d’água.

Uma das primeiras medidas implantadas foi o rodízio no sistema integrado e em alguns sistemas isolados de abastecimento da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Também foi adotada a aceleração e a antecipação de várias obras, além do aproveitamento de reservas estratégicas, programadas para utilização em casos extremos.

O resultado do trabalho já pode ser sentido no tempo médio no corte do fornecimento de água no sistema de rodízio implantado na RMC e no número de reclamações registrado no serviço 0800 da Companhia.

Como não há previsão para chuvas em volume significativo para normalizar a vazão de rios e regular o nível das barragens, a Sanepar seguirá trabalhando neste cenário com análise técnica diária da situação dos mananciais e buscando alternativas para manter a população abastecida.

O diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile, enfatiza a necessidade da água neste período como elemento de saúde fundamental para o combate ao novo coronavírus. “Neste momento delicado, o consumo da água deve ser priorizado para alimentação e higiene pessoal. Estamos trabalhando muito para não faltar água, mas diante desta estiagem severa, a população precisa colaborar não desperdiçando, usando de forma econômica para que todos tenham acesso ao produto”, finalizou.

AÇÕES DE COMBATE AO COVID-19 – Para contribuir com a sociedade no combate ao coronavírus, a Sanepar está fazendo limpeza e desinfeção do entorno de hospitais e asilos em todo o Estado, em parceria com a Secretaria do Estado da Saúde e a Polícia Militar.

O cronograma dessas ações será mantido, no mínimo, até o próximo mês e deve atender 78 hospitais (em 42 municípios) e 60 asilos (em 40 municípios).

ADIAR COBRANÇA – A Sanepar também está cumprindo as determinações legais para não interromper o abastecimento por falta de pagamento enquanto durar a pandemia do Covid-19. Além de adiar, por 90 dias, a cobrança dos clientes cadastrados na Tarifa Social. Seguindo determinação da Agencia Reguladora do Paraná (Agepar) não aplicou reajuste tarifário em 2020.

Para proteger clientes, fechou temporariamente as centrais de relacionamento e incrementou o atendimento virtual com a criação do e-mail corporativo, que atende demandas que antes eram presenciais.

Todos os empregados receberam reforço de equipamentos de proteção individual (EPIs). No serviço de leitura, o transporte agora é realizado com até três agentes por veículo e foi implantada uma logística de locomoção para que os operadores das estações de água e esgoto não utilizem transporte público.

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Confira as ações já desenvolvidas pela Sanepar no combate à crise hidríca

  • Campanha de conscientização para uso racional e econômico da água. Programação de mídia impressa e eletrônica (rádio/tvs/portais) em todo o estado.
  • Ação dirigida com vídeo da estiagem severa para redes sociais e grupos de whatsapp
  • Implementação de rodízio na RMC para minimizar a falta de água nas regiões mais críticas;
  • Funcionamento do 6º conjunto moto-bomba na ETA Iguaçu;
  • Antecipação da interligação da elevatória do Reservatório Corte Branco, com melhorias para o abastecimento da Região Sul, em especial do Xaxim e Tatuquara;
  • Implantação de captação nas cavas da Fazenda Rio Grande em caráter emergencial;
  • Transposição de lago particular para o Rio Cotia, em São José dos Pinhais;
  • Transposição do Rio Pequeno para o Rio Miringuava;
  • Transposição do Rio Miringuava Mirim para o Rio Miringuava;
  • Transposição da água da Lagoa do Orleans para a Barragem do Passaúna;
  • Bombeamento emergencial no arroio dos Biazes, em Balsa Nova;
  • Intensificação das obras da Barragem do Miringuava;
  • Melhoria do ponto de captação em Rio Negro;
  • Abastecimento de regiões críticas com caminhão-pipa.
  • Redução da vazão de regularização da barragem Passaúna em 50%
  • Trabalho constante em controle das perdas, incluindo geofonamento por equipes terceirizada e própria, e monitoramento de pressões.