Correio dos Campos

Enem é a principal forma de ingresso no ensino superior a distância

Prova do Governo Federal é responsável por 28% dos ingressos no EAD, quase o dobro do vestibular agendado, que capta 16% dos alunos
9 de janeiro de 2020 às 14:33
(Foto: Reprodução/internet)

COM ASSESSORIAS – Dentre os ingressantes no ensino a distância (EAD), 28% usam a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de acesso. É o que mostra o estudo Benchmark +Campus, de 2019. A porcentagem é quase o dobro da que a dos que ingressam pelo vestibular agendado (16%) e quase 30 vezes maior do que pelo vestibular tradicional (1%).

Globalmente, de acordo com o Censo da Educação Superior de 2018, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a maioria ingressa por meio do vestibular tradicional (66%) e apenas 41% pelo Enem.

“O que o EAD e o Enem têm em comum é a descentralização do acesso aos cursos superiores. Muitos cidadãos não dispõem de instituições de ensino em sua cidade ou região. Antigamente, precisariam se deslocar para fazer a prova do vestibular e mudar-se de cidade para estudar. Hoje, conseguem ingressar com a nota do Enem, que é realizado em sua cidade de residência, e estudar a distância”, explica o reitor do Centro Universitário Internacional Uninter, Benhur Gaio.

De acordo com a pesquisa Educa Insights, realizada com 3.760 pessoas que vão iniciar os estudos de nível superior nos próximos 12 meses, mais da metade (52%) passaram pelo exame com o objetivo de buscar bolsas ou descontos em instituições particulares. Os outros 48% visavam adentrar em instituições públicas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

“As instituições EAD são, em sua grande maioria, particulares. Esses dados também apontam uma tendência dos estudantes em buscar o ensino a distância”, explica o professor.

Vantagens e desvantagens

O Enem oferece diversas vantagens para quem mora longe de instituições de ensino superior. Além de não precisar se deslocar para fazer o vestibular, também não é necessário fazer várias provas — e, por consequência, pagar várias taxas.

Outro ponto positivo é a possibilidade de poder aplicar para instituições em todo o país, sejam elas presenciais ou a distância. “Isso amplia o espectro de cursos que o estudante pode fazer. Ele não fica limitado às graduações ofertadas na sua região e também não entra em um espiral de ‘tudo está perdido’ caso não passe em sua primeira opção”, defende Gaio.

A desvantagem do Enem é a sua frequência, limitada a uma vez por ano. “Se o aluno perde a prova ou tem um desempenho aquém do necessário, precisa esperar mais um ano para repetir a avaliação. Por outro lado, se optar por ingressar pelo vestibular agendado ou tradicional, pode fazer várias provas em um período de 12 meses, em diversas instituições”, diz.