Correio dos Campos

Inclusão na infância: como encontrar uma escola para alunos com deficiência

9 de dezembro de 2019 às 17:18
(Reprodução/Internet)

COM ASSESSORIAS – O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é promovido pelas Nações Unidas e celebrado no dia 3 de dezembro, com o objetivo de promover uma maior compreensão sobre a deficiência e para “mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem estar das pessoas”. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 1 bilhão de pessoas têm algum tipo de deficiência no mundo – e uma em cada dez é criança.

“Esses números não podem ser ignorados, eles mostram que precisamos pensar em políticas e metodologias que incluam essas crianças no contexto escolar e familiar”, alerta a mestre em Organizações e Desenvolvimento com ênfase em Inclusão Escolar e coordenadora pedagógica regional do Sistema Positivo de Ensino, Ceres Costa Rosa. Para ela, existem ações que podem ser tomadas em cada ambiente que a criança acessa, independentemente do tipo de deficiência. Veja dicas da especialista de como as escolas devem atuar para proporcionar o melhor aprendizado e inclusão aos alunos:

No relacionamento com a família

Trazer a família à escola para juntas dialogarem e traçarem um plano de ação com o que será realizado pela família e aquilo que será realizado pela escola. Além de manter a família atualizada sobre o desenvolvimento do aluno;

A escola deve solicitar, quando necessário, apoio externo de profissionais indicados pelo Pediatra e não indicar profissionais e sim organizações de classe (Conselho Regional de Medicina/Conselho Regional de Psicologia, Fonoaudiologia, etc);

Ofertar a tutoria individualizada, quando necessária e indicada em laudo, sem nenhum ônus financeiro para a família, previsto na lei;

Cobrar das famílias laudos anuais sobre a saúde do aluno;

Deixar a escola aberta para atender os profissionais que prestam atendimento às crianças, traçando estratégias coletivas;

Em caso de omissão dos pais, o Conselho Tutelar deverá ser acionado, como medida protetiva em favor do menor.

Na preparação da equipe pedagógica

Mapear os alunos com necessidades especiais, com fotos, laudos, características trazidas pelas famílias ou profissionais que os atendem;

Realizar estudos direcionados multidisciplinares para atuação de toda equipe em encontros pedagógicos, incluindo momentos de formação com palestrantes da área, cursos e oficinas;

Promover a adaptação curricular no planejamento e avaliações em cada caso, assim como um plano individual de atendimento pedagógico, assegurando o maior desenvolvimento de habilidades e competências;

Respeitar o sigilo de cada caso e só compartilhar o necessário com os profissionais da escola que atuarão com a criança, sem expor casos em conversas informais como sala dos professores, corredores e fora do ambiente escolar.

No relacionamento com todos os alunos

Proporcionar um ambiente acolhedor para todos os alunos, independentemente de suas fragilidades, acreditando que cada um tem seu tempo, seu ritmo de aprendizagem e que todas essas características precisam ser respeitadas;

Realizar o ensalamento do aluno especial antes do início das aulas, para que ele já encontre seu nome como parte da turma que estará matriculado;

Realizar um trabalho específico com as turmas que terão alunos com necessidades especiais, para que gradativamente, e de acordo com a faixa etária, possam contribuir com a dinâmica da turma;

Colocar o aluno em sala, em posição estratégica, de acordo com sua necessidade, pois a posição em que ficará terá reflexo em seu aprendizado – em especial casos de processamento auditivo central, autismo, entre outros.