Correio dos Campos

Crea-PR alerta sobre a manutenção de aquecedores a gás

Contratar profissionais especializados e fazer a manutenção do aparelho pode ajudar a evitar tragédias como as que ocorreram recentemente em São Paulo
25 de julho de 2019 às 10:47
(Divulgação/Crea-PR)

COM ASSESSORIAS – Com as temperaturas mais baixas, muitas pessoas têm recorrido aos aquecedores a gás para ambientes. No entanto, a má instalação dos aparelhos e a falta de manutenção podem causar sérios acidentes, levando, em alguns casos, ao óbito. Recentemente, a morte de quatro pessoas da mesma família, em Santo André (SP), possivelmente por inalação de monóxido de carbono, acendeu um alerta sobre a fiscalização e a segurança dos aparelhos.

No caso de Santo André, a família foi encontrada sem vida dentro do apartamento e, conforme constatado, o aquecedor do apartamento estava sem chaminé e todas as janelas fechadas. Seis brasileiros também foram encontrados mortos por intoxicação de gás em um apartamento no Chile, em maio deste ano. Além deles, uma família morreu ao tentar usar uma churrasqueira para se aquecer do frio, em Guarulhos, São Paulo. O objeto foi encontrado em um cômodo onde pai, mãe e filho, de dois anos, foram localizados.

Para garantir a segurança do uso do aparelho, é preciso seguir algumas orientações. Conforme o Inspetor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), o Engenheiro Mecânico Mahani Piacentini, é preciso contratar profissionais habilitados para a função e empresas especializadas. O aparelho deve ser mantido em local de boa circulação de ar, a exemplo da área de serviço do imóvel. A instalação em banheiros é considerada inadequada.

Outro ponto a ser observado pelo consumidor são as etiquetas de eficiência energética do aparelho. Os que possuem classificação A, no Inmetro, são os mais eficientes. “O aparelho sempre deve estar ligado a uma chaminé ou duto de exaustão, que vai conduzir o monóxido de carbono para a área externa do imóvel”, explica o Engenheiro.

Como não existe lei que regularize a fiscalização, o Engenheiro sugere que a manutenção seja feita a cada seis meses ou sempre que for notada alguma alteração, a exemplo da cor das chamas, que deve ter coloração azul. “As características do monóxido de carbono, que não possui nenhuma cor, nem cheiro, o tornam ainda mais perigoso”, comenta. Outro sinal de alerta é se a chama demorar mais de 10 segundos para acender e se ela desligar constantemente. “Outro fator importante é não manter o aquecedor na temperatura máxima, o que pode diminuir o tempo de vida útil do aparelho”, diz.

A sugestão é que o consumidor também desligue todos os registros de gás do aparelho caso fique longe do imóvel por longo período, o que pode ajudar a evitar o vazamento do gás liquefeito de petróleo, que pode causar explosão.