Correio dos Campos

Medidor da Embrapa permite analisar teor de potássio no local de plantio

A novidade, que dispensa o uso mais demorado de laboratórios, será lançada em feira no Paraná, durante vista de Tereza Cristina
7 de fevereiro de 2019 às 15:39
Objetivo do equipamento a ser usado em campo é evitar perdas e garantir maior produtividade ao agricultor. (Divulgação/MAPA)

MAPA – Diferentes soluções tecnológicas desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) serão lançadas nesta sexta-feira (8) durante o Show Rural Coopavel, realizado em Cascavel (PR). A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, participará do lançamento no estande “Casa da Embrapa”.

Entre as inovações apresentadas está o chamado “método Fast K”, um teste para determinar de forma mais rápida e prática a concentração de potássio nas folhas de soja. Por ser o segundo nutriente mais exigido e exportado pela cultura da soja, o potássio (K) deve ser reaplicado pelos produtores para compensar a carência nutricional do solo e da planta.

Geralmente, o nível de potássio na planta é detectado por análises de solo e folhas realizadas em laboratório que demoram para apresentar os resultados. A tecnologia da Embrapa permite ao produtor avaliar ainda em campo, a partir de um medidor portátil, o teor de potássio nas folhas de soja e decidir em tempo hábil sobre o uso de insumos agrícolas.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Soja, Divânia de Lima, o objetivo é acelerar o diagnóstico da ausência ou não de potássio na soja para evitar perdas e garantir maior produtividade ao agricultor.

“Às vezes, tem alguns problemas que aparecem no campo e o produtor não sabe se aquilo está sendo ocasionado pela ausência de potássio ou não. Então, o equipamento já dá essa leitura. Se o potássio não for o problema, o produtor vai buscar outras alternativas, sintomatologias, pode ser uma doença, por fungo, uma bactéria”, explicou.
Feijão preto mais produtivo

Outra tecnologia a ser lançada nesta sexta-feira é uma cultivar de feijão de grão preto, que tem potencial de produção de 4,7 mil quilos por hectare. A variedade BRS FP403 é recomendada para cultivo em 19 estados brasileiros. Com alto rendimento e qualidade industrial, a cultivar apresenta características que proporcionam a colheita mecânica direta.

“É um feijão de ampla adaptação, que pode ser produzido em várias regiões brasileiras e é bem produtivo. O feijão é amplamente consumido no país, no Sul, no Rio de Janeiro. E mesmo sendo pouco consumido no Nordeste, tem adaptação para ser reproduzido lá também”, disse Divânia.

Tecnologia e clima

Durante o evento, que teve início na última segunda-feira (2) e se nesta sexta, a Embrapa apresentou mais de 35 tecnologias desenvolvidas em 11 centros de pesquisa da empresa. As inovações são de diferentes áreas, como culturas da soja, feijão, mandioca, abacaxi, banana, integração de sistemas produtivos, tecnologias da agroecologia, metodologias de análise, produção animal e máquinas agrícolas.

Ao longo da semana, os visitantes da Show Rural também puderam tirar dúvidas com os técnicos da Embrapa e conhecer outros projetos e tecnologias, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que evita a abertura de novas áreas agrícolas.

O sistema prevê que em uma mesma área convivam diferentes sistemas produtivos, com diversificação da produção, recuperação de pastagens degradadas, plantio de árvores, maior eficiência no uso de recursos naturais, entre outros benefícios.

“A gente tem essas tecnologias e os produtores vão adotando. O nosso foco maior é trabalhar com sustentabilidade para que o produtor tenha a maior rentabilidade possível”, afirmou.

A pesquisadora alerta que, no caso da soja, por exemplo, o uso de tecnologias simples pode estimular o produtor, reduzir as dificuldades e os custos da produção, além de diminuir os efeitos negativos do clima, como a seca do ano passado.

“De certa forma, a produtividade vai ficar abaixo do esperado, porque a questão climática foi complicada, a gente teve muita seca. Então, vamos buscar mais conhecimento para mitigar os efeitos do clima, que a gente não pode mudar, utilizando as tecnologias da melhor forma possível”, completou.