Correio dos Campos

Recuperação escolar não precisa ser um bicho de 7 cabeças

Expectativa de passar ou não de ano traz momentos de tensão para pais e alunos, mas o período de recuperação pode ser essencial para o progresso escolar
17 de dezembro de 2018 às 15:24
(Divulgação)

COM ASSESSORIAS – O período de recuperação na educação regular é um daqueles momentos do calendário que pode causar espanto, decepção e frustração aos estudantes, pais e responsáveis. Isso acontece pelo estigma com que a recuperação é encarada socialmente, vista como uma forma de castigo ou punição quando, na verdade, representa uma oportunidade extra de aprendizado.

Na opinião do coordenador do núcleo psicopedagógico do Colégio Marista Glória, em São Paulo (SP), Marcos Aurélio Pereira, a recuperação é um momento de grande relevância para qualificar os processos de ensino e de aprendizagem escolar. “É necessário que os pais e alunos reconheçam esse período como uma chance de retomada ao estudo daqueles conteúdos conceituais que não se fixaram durante o ano letivo e, por isso, não foram assimilados”, analisa.

Segundo ele, alguns alunos têm um ritmo de aprendizado diferente da maioria da turma e, por isso, podem levar um pouco mais de tempo para apreender um conteúdo, o que deve ser compreendido e respeitado pelos pais, colegas e professores. “Nessa perspectiva pedagógica, o objetivo do processo da recuperação é garantir aos estudantes um tempo estendido no calendário escolar, com práticas e didáticas diferenciadas, para propiciar a aprendizagem significativa, ou seja, garantir que todos os alunos e alunas consigam apropriar-se do conteúdo que não conseguiram no tempo escolar regular”.

É uma segunda chance de garantir a assimilação do conteúdo, concorda Elizett da Luz Machado Bueno, professora de Português do Colégio Marista Anjo da Guarda, de Curitiba (PR). Ela explica também que longe de ser uma punição, o período de recuperação é uma forma de preencher possíveis lacunas no aprendizado. “O aluno tem mais uma chance para trabalhar em conteúdos que não foram 100% assimilados e também é uma oportunidade para tirar dúvidas de maneira mais individualizada. Assim, o estudante pode seguir para o próximo ano com a certeza de que está apto para progredir”, explica a professora.

Ao proceder com a prática da recuperação escolar, não só se cumpre uma exigência da legislação educacional brasileira, como também se assegura aos educandos a apropriação dos conteúdos essenciais para o seu processo de formação acadêmica. Mais do que recompor a nota anual ou quantificar o conteúdo apreendido, a recuperação deve ser entendida como a garantia de que a escola está priorizando seu papel mais relevante: levar conhecimento ao aluno.