Correio dos Campos

Feira Medieval terá espaço dedicado a indumentária histórica e fantasiosa

Os trajes da Idade Média eram simples e tinham a função de cobrir o corpo, já os figurinos de filmes e séries são criados para contar uma história
16 de agosto de 2018 às 17:48

COM ASSESSORIAS – Sempre que alguém fala em trajes medievais a primeira coisa que se imagina são as roupas dos famosos personagens de filmes e séries. Existem diferenças entre os trajes históricos e os figurinos da cultura pop utilizado para ilustrar as representações artísticas. Para apontar essas diferenças, a II Feira Medieval contará com um espaço dedicado a indumentária histórica e fantasiosa.

Leonardo Pugina, historiador do Parque Histórico, e a estagiária Karen Barros fizeram uma vasta pesquisa sobre indumentária medieval e irão montar um espaço para explicar ao público da Feira as diferenças entre trajes históricos e fantasiosos.

“Quando pensamos nas roupas medievais, a imagem que se forma na cabeça da maioria das pessoas é de vestes elaboradas, vestidos longos de veludo acompanhados de grandes penteados, ou pensamos nas armaduras reluzentes e polidas. Essa imagem se forma em nossa mente por meio dos filmes, séries, quadrinhos ou qualquer tipo de mídia que remonte ao período medieval, pois elas, ao representarem o medievo, fazem uma releitura da história, quando na realidade, as roupas e armaduras eram consideravelmente mais simples do que aquelas que vemos nas telonas”, explica o historiador.

A estrutura social, a étnica, gênero e a religião estão intimamente ligadas as vestimentas e são importantes ferramentas para entendermos a sociedade em um determinado período. Pugina continua contando que o principal papel dos trajes eram cobrir o corpo. “A roupa pode ser definida como suporte físico que tem como função cobrir o corpo, protegendo-o das intempéries, como elemento de pudor para cobrir os sexos e o corpo, e, ao mesmo tempo, identificá-lo”.

Para criar os figurinos utilizados pelos personagens existe uma pesquisa histórica, mas a licença poética permite que hajam adaptações para que o público conheça o perfil de cada personagem por suas vestimentas. “O figurino utilizado para representar a Idade Média nos meios de entretenimento busca sua inspiração na história, mas também cumpre outra função: a de contar uma história. Com os trajes identificamos elementos importantes de roteiro, pois ele está a serviço da construção e caracterização de personagens. O traje de cena surge como uma criação artística para o espetáculo, seja ele um filme ou uma série de TV”, explica Leonardo.

Para entender melhor a tênue linha que separa os trajes históricos dos figurinos utilizados pela cultura pop é só visitar o espaço sobre indumentária medieval, durante o evento.