Correio dos Campos

Greve afeta balança comercial em maio

4 de junho de 2018 às 10:57

VALOR ECONÔMICO/Ocepar – A balança comercial brasileira teve um superávit de US$ 5,981 bilhões em maio, informou na sexta-feira (01/06) o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). O saldo comercial é resultado de exportações de US$ 19,241 bilhões (crescimento de 1,9% pela média diária) e de importações de US$ 13,260 bilhões (aumento de 14,5% também pela média diária).

Acumulado – No acumulado de janeiro a maio, o superávit comercial somou US$ 26,155 bilhões, valor 9,9% inferior ao alcançado em igual período de 2017 (US$ 29,026 bilhões). No acumulado de 2018, as exportações apresentaram valor de US$ 93,625 bilhões e as importações somaram US$ 67,470 bilhões.

Impacto da greve – Na quarta semana de maio, o superávit comercial caiu para US$ 745 milhões e na quinta somou US$ 548 milhões. Os dois resultados abaixo de US$ 1 bilhão indicam impacto da greve dos caminhoneiros.

Ritmo menor – O ritmo das exportações e importações foi menor do que nas três primeiras semanas do mês.

Média diária – A média diária das exportações caiu 36% durante a greve dos caminhoneiros, iniciada em 21 de maio. Ela passou de US$ 1,063 bilhão nas três primeiras semanas do mês para US$ 678 milhões durante os dias de paralisação.

Importações – Nas importações, a queda foi de 26%, passando de US$ 702 milhões por dia para US$ 516 milhões. O reflexo nos desembarques internacionais foi menor porque o registro da mercadoria importada é feito quando o bem e desembaraçado, independentemente ou não de seu despacho para o destino final.

Generalizadas – “Podemos perceber que as reduções são mais ou menos generalizadas entre os setores”, explicou o diretor de Estatística e Apoio às Exportações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

Soja – Apesar do impacto, as exportações de soja bateram recorde em maio, com a venda de 12 milhões de toneladas do produto. Os embarques no mês representam um terço dos feitos no ano, de 36 milhões de tonelada, número também recorde.

Outras consequências – Brandão evitou comentar outras consequências da paralisação dos caminhoneiros, como a demissão de Pedro Parente da Petrobras e a redução praticamente a zero do Reintegra, regime que devolvia parte dos impostos pagos por exportadores.

Previsão para o ano – O Mdic manteve a previsão de um saldo positivo de US$ 50 bilhões na balança comercial brasileira de 2018 mesmo diante dos efeitos da greve dos caminhoneiros. Apesar dos impactos semanais, com reduções nas importações e nas exportações, o diretor de Estatística e Apoio às Exportações da Secretaria de Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão, ponderou que o movimento não deve ter impacto em 2018 como um todo.

Conta petróleo – Questionado sobre a expectativa para a conta petróleo, que engloba o óleo bruto e seus derivados, Brandão disse que a expectativa é de resultado positivo, mas não adiantou um número. Até maio, o superávit da balança comercial de petróleo e derivados foi de US$ 3,276 bilhões e cresceu 23,5% nos primeiros cinco meses deste ano ante mesmo período de 2017.

Óleo bruto e combustíveis – As exportações de óleo bruto e combustíveis aumentaram 23,4% pela média diária e alcançaram US$ 11,411 bilhões no acumulado do ano. As importações subiram 23,3%, somando US$ 8,135 bilhões.

Superávit – Em 12 meses, o saldo comercial total acumula superávit de US$ 64,118 bilhões, valor 12,4% maior que o apurado em período equivalente (US$ 57,027 bilhões). As exportações acumuladas em 12 meses totalizaram US$ 223,443 bilhões e as importações US$ 159,325 bilhões.