Correio dos Campos

Banco Central eleva projeção de crescimento da economia para 0,7% este ano

21 de setembro de 2017 às 17:18

O Banco Central (BC) aumentou a projeção para o crescimento da economia este ano. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi ajustada de 0,5%, estimativa de junho, para 0,7%, de acordo com o Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira (21/09), no site do BC. “A revisão positiva reflete, principalmente, o desempenho do PIB no segundo trimestre, superior à mediana das expectativas do mercado”, diz o relatório.

Surpresas positivas – Para o Banco Central, indicadores recentemente divulgados têm mostrado “surpresas positivas, ensejando perspectivas favoráveis para o reaquecimento da atividade”.

Setor agropecuário – Na revisão da estimativa, o crescimento do PIB é puxado pelo setor agropecuário. A projeção do crescimento anual da agropecuária passou de 9,6% para 12,1%. A projeção para a evolução da atividade industrial no ano passou de crescimento de 0,3% para recuo de 0,6%, refletindo, principalmente, o menor desempenho na construção civil.

Serviços – Segundo o relatório divulgado em Brasília, o setor de serviços deve apresentar desempenho ligeiramente melhor do que o previsto anteriormente (expansão de 0,1% na comparação com redução de 0,1%).

Consumo – O BC também projeta aumento do consumo das famílias em 0,4%. A previsão anterior era de estabilidade. Segundo o relatório, essa revisão ocorreu “em função da expressiva desinflação e seu impacto na renda, além de melhora de indicadores no mercado de trabalho – particularmente do rendimento real [descontada a inflação] e, mais recentemente, da ocupação – e de crédito para pessoas físicas”.

Efeito temporário – O relatório do Banco Central lembra que “houve também o efeito temporário positivo dos saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)”. A estimativa para a queda no consumo do governo passou de 0,6% para 1,8%.

Investimentos – O Banco Central projeta uma queda ainda maior nos investimentos. A projeção de retração da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) passou de 0,6% para 3,2%, “refletindo, sobretudo, o fraco desempenho do setor de construção civil e a expressiva queda nas importações de bens de capital [usados na produção].

Exportações – No relatório, o BC também divulga a projeção para o crescimento anual das exportações, revisto em 0,6 ponto percentual para 3,9%. A variação das importações foi revisada para 1,9% ante 3,8% na projeção anterior.

PIB em 2018 – Para o BC, o Produto Interno Bruto vai apresentar crescimento de 2,2% no próximo ano. As atividades da agropecuária, da indústria e de serviços devem registrar avanços de 1,5%, 2,6% e 1,9%, respectivamente. O crescimento estimado para o consumo das famílias ficou em 2,5% e da Formação Bruta de Capital Fixo em 3%. A projeção para o consumo do governo é de expansão de 1%, enquanto as exportações e importações de bens e serviços devem crescer 4% e 6%, respectivamente.

Inflação – O BC espera uma inflação menor este ano. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisada de 3,8%, divulgada em junho, para 3,2%, no Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira. A projeção é de um dos cenários previstos pelo BC, chamado de “projeção central”, elaborada considerando as estimativas do mercado para a taxa de juros e o câmbio.

Dólar – A expectativa do mercado para a taxa de câmbio é R$ 3,20 no fim de 2017, R$ 3,30 no final de 2018, R$ 3,40 em 2019 e R$ 3,45 em 2020.

Selic – A projeção para a Selic é 7% ao ano ao final de 2017 e de 2018. Para o fim de 2019, é de elevação para 8% ao ano, mantendo-se nesse patamar até o fim de 2020.

Alimentos – Segundo o BC, a revisão ocorreu por conta da queda dos preços dos alimentos. À medida que esse efeito saiu dos cálculos em 12 meses, a projeção para a inflação sobe. Para 2018, a projeção para a inflação é 4,3%, abaixo do centro da meta que deve ser perseguida pelo BC (4,5%). A projeção de junho era 4,5%. Para 2019, a estimativa é 4,2% e 2020, 4,1%.

Outros cenários – No caso do cenário com taxa Selic estimada pelo mercado financeiro e câmbio constante, a projeção para a inflação fica em 3,2% este ano, 4,1% em 2018 e 3,9% em 2019 e em 2020. Já com taxa de câmbio e Selic constantes, a projeção para o IPCA é de 3,2% em 2017. Para 2018, a estimativa ficou em 3,8%. Nos anos seguintes, 2019 e 2020, em 3,7% e 3,8%, respectivamente. No último cenário, com taxa de câmbio estimada pelo mercado e Selic constantes, a inflação fica em 3,2% este ano, 4,1%, em 2018, e em 4% em 2019 e 2020.

(Agência Brasil/Ocepar)