CimSaúde apresenta projeto de TEA para secretários
COM ASSESSORIAS – Preencher um vazio assistencial na área da saúde. Com essa intenção, o Consórcio Intermunicipal de Saúde dos Campos Gerais (CimSaúde) apresentou ao seu Comitê Consultivo de Secretariado projeto de Atendimento Especializado para pessoas diagnosticadas com Transtorno de Espectro Autista (TEA). A proposta, inicialmente apresentada pelo presidente do Consórcio, e prefeito municipal de Arapoti, Irani Barros, foi bem recebida pelos gestores, que pretendem trabalhar para angariar recursos e disponibilizar o atendimento em ambulatórios.
Conforme o presidente, o projeto foi pensado para atender melhor os municípios da região e descentralizar mais este atendimento. ‘É uma proposta que irá trazer bastante resultados e mudará a realidade dos municípios”, antecipa, destacando que a saúde é o “carro chefe” da maioria das Prefeituras. “Todo gestor quer dar, em primeiro lugar, saúde de qualidade aos seus munícipes”, ressalta.
Diretora do CimSaúde, Pâmella Costa destacou que o novo projeto vem para mudar a perspectiva de atendimento, para além de consultas com especialistas e exames. “Com conhecimento do território é que estamos pensando nas ações futuras”, avalia.
O vazio assistencial no atendimento da pessoa com Espectro Autista vem sendo percebido pelos gestores dos Campos Gerais. “Hoje percebemos muito mais pessoas diagnosticadas com TEA. Antes os casos eram subdiagnosticados”, esclarece Pâmella.
Consultora do projeto, a pedagoga Luana Santos citou estudos realizados nos Estados Unidos, que apontam que a cada 36 crianças, uma nasce com o TEA. “Em Ponta Grossa comprovamos com a alta demanda da Associação de Proteção aos Autistas, a Aproaut”, aponta. Em Arapoti, a Associação de Mães de Autistas (AMA) é que vem dando apoio ao município. “Percebemos que o número é crescente”, comenta a secretária de Saúde, Andréa Cristina Silva, justificando a relevância do projeto.
Terapeuta Ocupacional de Jaguariaíva, Mariana Rufatto, conta que em seu município são mais de 100 crianças diagnosticadas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). “Realizamos um trabalho voltado aos pacientes com o transtorno desde 2018 onde orientamos a Atenção Básica a olhar para as crianças desde a puericultura”, conta, enumerando uma equipe de neuropediatra, fonoaudióloga e terapeuta ocupacional para atuar nos casos.
Para o chefe da 21ª Regional de Saúde, Roberto Amatuzzi Franco, o projeto vem demonstrar um salto enorme de qualidade do CimSaúde. “É um reflexo da evolução do Consórcio. Uma proposta inovadora, que vai servir de exemplo para todo o Estado”, acredita, ressaltando ainda a qualidade e a sensibilidade dos gestores por visarem equacionar questões sobre o autismo.
Para atender os municípios de abrangência do Consórcio, a proposta inicial é contar com três ambulatórios voltados ao diagnóstico e tratamento multidisciplinar pelo SUS às pessoas diagnosticadas com TEA. “O CimSaúde está no caminho certo. Que este seja o primeiro de muitos projetos que virão para melhorar a vida na região”, finalizou o presidente.